Gojira na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris foi um tapa na cara da atual e doente sociedade ocidental

O mundo literalmente parou para ver a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, com as delegações sendo apresentadas ao longo do rio Sena, as quais percorreram pontos históricos da França como Catedral de Notre-Dame, Museu do Louvre, Esplanade des Invalides e Grand Palais, ou seja, quebraram o engessado e cansativo modelo de abertura dentro de estádio.

Às margens do Sena, a festa de abertura, como era de se esperar, explorou a cultura e a história francesa, contudo, abriu espaço para a crítica como aconteceu na representação do famoso quadro de Leonardo Da Vinci, A Última Ceia, com drag queens, o que gerou críticas dos cidadãos de bem, ou seja, um grande acerto do evento.

Outro acerto da organização francesa foi colocar o Gojira para se apresentar no Conciergerie, local construído no século X para ser a sede da monarquia, mas que se transformou em uma das prisões mais cruéis e sangrentas da história.

Conciergerie também foi pano de fundo para a Revolução Francesa, movimento revolucionário contra a monarquia absolutista europeia.

Dado o contexto histórico, ter o Gojira, prata da casa, mas que é essencialmente uma banda de death metal com fortes acentos progressivos e que possui um caráter questionador intenso em teor lírico, visto que trata de temas ambientais, espirituais, éticos e filosóficos, foi significativo e profundo.

Além disso, o quarteto, que é formado pelos irmãos Joe e Mario Duplantier, vocal/guitarra e bateria, respectivamente, e por Christian Andreu (guitarra) e Jean-Michel Labadie (baixo), apresentou uma versão pesada de Ah! Ça Ira, canção popular durante a Revolução Francesa, cujo mote era bradar que tudo ficaria bem e que a realidade sombria que exalava cheiro de morte e sangue dos plebeus estava com os dias contados.

A apresentação dos caras ainda ganhou o reforço da cantora de ópera Marina Viotti, o que contribuiu para um quê ainda mais dramático à performance.

Portanto, a apresentação do Gojira na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris foi um tapa na cara da atual e doente sociedade ocidental, que cisma instituir no agora arquétipos podres de centenas de séculos atrás.

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