Tocar na banda solo de Ozzy Osbourne sempre foi sinônimo de grande exposição ao público e mídia, excursões nos quatro cantos do globo, oportunidade de bons contratos com marcas renomadas, grana no bolso e diversão, ou seja, é cem por cento a vida de um astro do rock n’ roll – tem apenas o contraponto de ter que aturar a problemática e desvairada Sharon Osbourne, esposa e empresária do Madman, mas nada que um ‘fala com a minha mão’ não resolva.
Portanto, o que não faltaram, ao longo dos anos, foram candidatos ao cargo de braço direito do Príncipe das Trevas, ou seja, à vaga de guitarrista. Cabe ressaltar que o som do cantor é essencialmente calcado nas linhas de guitarra; Osbourne sempre cedeu espaço para que os guitarristas de sua banda brilhassem tanto quanto ele.
Até mesmo em momentos em que os produtores solicitavam um freio nas linhas de guitarra, o Madman ia contra e pedia para que seu guitarrista pisasse ainda mais fundo nas linhas do instrumento, como aconteceu em No Rest for the Wicked, de 1988. O produtor pediu uma brecada nos riffs e solos para se equiparar ao som de Bon Jovi, Ozzy simplesmente determinou o contrário: mais riffs, mais solos e mais guitarras gritantes.
Então, consequentemente, estar na banda do Madman sempre foi uma vitrine para o mercado, com isso não faltaram pretendentes para sua banda. Nas linhas abaixo, propomos relembrar 11 guitarristas que tentaram seguir carreira ao lado do comedor de morcego, mas, por um motivo ou outro, as coisas não vingaram e a parceria não fora adiante.
George Lynch
Virtuoso, George fez fama e dinheiro com as bandas Dokken e Lynch Mob, mas chegou a tentar a loteria duas vezes na banda de Ozzy: primeira, quando o cantor estava procurando um substituto para o saudoso Randy Rhoads, morto em um acidente aéreo em março de 1982. A segunda vez rolou após a saída de Jake E. Lee, em 1987.
Nuno Bettencourt
Em 1994, Nuno estava surfando no sucesso do Extreme, que era embalado pelos álbuns Extreme II: Pornograffitti (1990) e III Sides to Every Story (1992), quando pintou o convite do clã Osbourne, pois o cantor estava cansado da aposentadoria e queria voltar aos palcos.
Bettencourt considerou melhor ficar no Extreme, mas, infelizmente, o grupo encerrou as atividades cerca de três semanas depois do convite de Ozzy.
Richie Ranno
Detentor de boa desenvoltura nas seis cordas, o músico teve relativo sucesso nos anos áureos do hard rock/hair metal, com o Starz. Ranno tentou a vaga de substituto de Randy Rhoads, mas não rolou química com o vocalista.
Alex Skolnick
Alex é outro virtuoso da guitarra, que ganhou prestígio ao lado do Testament e Savatage. Com a saída de Zakk Wylde, Sharon queria um músico que seguisse os mesmos passos do Viking, ou seja, performance brutal, instrumento lá no pé e cara de poucos amigos no melhor – ou pior – estilo Hell Angel das seis cordas.
Skolnick tinha técnica em dia, mas era o oposto, visualmente falando, ao que era requerido na vaga; acabou fazendo só uma apresentação na Inglaterra. A gig, surpreendentemente, ficou com o Joe Holmes.
Jimi Bell
Em 1987, após a saída de Jake E. Lee, o guitarrista do Autograph foi sondado pela a equipe do cantor e chegou a fazer um teste. De acordo com Bell, o páreo ficou entre ele e o Zakk Wylde. O trampo acabou ficando com Zakk.
Steve Vai
Cansado da ficar lendo jornal na cadeira de balanço e tomar café/chá requentado, o morde pombo chamou os amigos Steve Vai, Bob Daisley e Deen Castronovo para fazer um disco e cair na estrada. Tal configuração não durou muito, mas reza a lenda que rendeu um trabalho completo que viria a se chamar X-Ray.
Ozzy chamou de volta Zakk Wylde e Geezer Butler para fazer o disco que seria o Ozzmosis, de 1995. Vai ainda co-assina a canção My Little Man do citado disco.
Robert Sarzo
Depois da triste morte de Rhoads, a Diary of a Madman Tour ainda precisava ser concluída, e um dos nomes que pintou no radar da turma foi de Robert, irmão do baixista Rudy Sarzo. No entanto, o job ficou sob a responsabilidade de Bernie Tormé. Bernie não aguentou a tranco, pediu para sair e Brad Gillis (Night Ranger) assumiu a bronca.
Richie Kotzen
O segredo é a alma do negócio, já diria os mais antigos! Richie Kotzen que o diga, diga-se de passagem. O rapaz se deu super bem no teste para a banda de Ozzy, faltava apenas alguns detalhes burocráticos para firmar tudo e cair na estrada.
Foi orientado por Sharon a ficar quietinho, na miúda, pois tudo seria divulgado no momento oportuno. Contudo, na euforia da boa nova, Kotzen contou a um amigo a novidade, mas pediu segredo, e obviamente foi ignorado e traído pelo parça, que deu com a língua nos dentes e espalhou a notícia aos quatro ventos.
Logo, a manchete era: ex-guitarrista do Poison será o novo integrante da banda de Ozzy Osbourne. Não pegou bem, começaram as zombarias e todo processo fora desfeito, e Richie ficou chupando dedo. Isso que dá falar muito!
Buckethead
O Cabeça de Balde é um exímio instrumentista e compositor, então, Sharon e sua trupe, por volta de 2005, trataram de puxar brasa para o lado do músico. Uma das condições para assinar o contrato com os Osbourne era se livrar da máscara e do balde, o que foi completamente negado pelo rapaz. Zakk continuou no posto de braço de direito do vocalista.
Jeff Loomis
No final da década de 2000, principalmente após o lançamento de Black Rain (2007), a banda solo de Ozzy estava soando essencialmente como o Black Label Society, mas com o vocal do Príncipe das Trevas, e isso estava incomodando a família Osbourne.
Eles começaram sacudir as árvores para cair alguns guitarristas e ver o que rolava. Um dos que fizeram teste fora o virtuose Loomis. O emprego, todavia, caiu no colo do grego Gus G.
Dario Lorina
O trainee de Wylde, Dario Lorina, participou das mesmas sessões de teste que Jeff Loomis participou, ou seja, deu seu máximo, mas viu o trampo dos sonhos ficar na mão de Kostas Karamitroudis.