Fender Telecaster 1966: Conheça a ligação da guitarra com o filme O Exorcista de 1973

Dirigido por William Friedkin, O Exorcista foi baseado no romance homônimo de William Peter Blatty, de 1971. O filme teve um efeito profundo nos espectadores da época, a ponto do psiquiatra Dr. James Bozzuto publicar um estudo no The Journal of Nervous and Mental Disease sobre a neurose cinematográfica desencadeada em várias pessoas pelo filme.

Durante sessões de O Exorcista, alguns espectadores relataram sintomas como desmaios, vômitos e crises de ansiedade e, até mesmo, taquicardia.

Apesar de gelar a perna de quase todos os espectadores, o longa, que contou com as estrelas Linda Blair, Ellen Burstyn e Jason Miller, foi um sucesso de bilheteria e faturou em 1974 duas estatuetas do Oscar: Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Som. Além disso, levou para casa alguns Globos de Ouro.

Porém, o nosso foco é mais leve, não vamos nos aprofundar nas peripécias de Pazuzu. Queremos lançar luz na Fender Telecaster 1966, que foi o braço direito do gênio musical Mike Oldfield para criar o álbum Tubular Bells, visto que o artista criou o disco e efetuou sua gravação com tal instrumento.

A Fender Telecaster 1966 pertencia a Marc Bolan, do T. Rex, que adquiriu o instrumento para se aventurar em novas nuances sonoras. Contudo, Marc não se sentiu confortável e próximo à guitarra, que foi parar no banco de reservas e, consequentemente, nas mãos de Oldfield.

Na posse de Mike, a loira, como ficou conhecida a Fender Telecaster 1966 do inglês, passou por várias modificações como a inserção de um captador na posição do meio para um timbre mais cremoso do que o som do captador da ponte. Além disto, ele adicionou uma chave seletora de três posições para aumentar a abrangência sonora.

A guitarra ficou como a fiel escudeira do então adolescente que pouco ligava para ser rock star, pois sua concepção musical era mais sofisticada e em claro flerte com os nomes eruditos de nossa história cultural.

O primeiro feedback a Tubular Bells, cujo o lançamento foi em maio de 1973, foi tímido e gerou pouca comoção nos fãs e na comunidade musical, afinal, para muitos céticos, se tratava apenas de um trabalho de um garoto de dezenove anos metido a gênio.

Na verdade, a obra apenas precisava da ferramenta certa de divulgação para que o público se rendesse as suas melodias viciantes. Como um ato de Deus – ou de Pazuzu se preferir – o longa de William Friedkin carecia de uma trilha sonora envolvente, mas que tivesse o quê enigmático pairando no ar.

Tubular Bells e o O Exorcista se entrelaçaram em uma sintonia perfeita, na qual um se associa e apoia ao outro no mesmo nível de genialidade. Poucas vezes o casamento entre a quarta e a sétima arte fora tão feliz.

Mesmo tendo pouco mais de vinte salas de cinema o apoiando, o filme vislumbrou a luz do Sol no dia 26 de dezembro de 1973, um dia após a maior festa cristã, que é o Natal, e causou o maior rebuliço no mercado cinematográfico. O resto, como dizem por aí, é história.

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