Europe E Scorpions Eternizam Seus Shows No Rockfest Com Repertório De Clássicos

Uma das maiores heranças musicais que os anos 1970 e 1980 deixaram foram os inúmeros hinos atemporais, diga-se, que têm o incrível poder de emocionar e unir milhares de vozes sob um mesmo verso e refrão. E no último sábado (21), o festival Rockfest, que aconteceu no Allianz Parque, presenteou o público paulistano com dois baluartes do hard rock: Europe e Scorpions, que se incumbiram de rememorar a riqueza musical das citadas décadas e mostrar que o presente também reserva preciosos sons que, sem dúvida, daqui a alguns anos terão o mesmo status de hino.

Europe

O Europe foi a primeira atração internacional a pisar no palco do Rockfest, tendo como mestre de cerimônias o carismático e excelente vocalista, Joey Tempest, que soube, claro, conduzir o público com a maestria que sempre lhe fora peculiar. Sons do mais recente álbum Walk the Earth (2017) como a faixa-título e The Siege tiveram a oportunidade de brilhar e mostraram que os trabalhos contemporâneos da banda são de ótima qualidade.

Foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

A energia que emana de Rock the Night chega perto do inexplicável, sendo a primeira canção que fez os fãs, que já lotavam o Allianz Parque, a cantarem de forma uníssona o pegajoso e incrível refrão. A experiência conta um bocado para a condução de uma boa apresentação, e nesse quesito o citado Joey Tempest, que arriscou algumas frases em português com direito até a alguns palavrões, sabe como poucos comandar a multidão de fãs, onde em um simples gesto seu já era o suficiente para uma resposta assertiva da plateia.

E não é só Tempest que ganha destaque, pois a técnica apurada de John Norum (guitarra), os backin’ vocals afiadíssimos de John Levén (baixo) e Mic Michaeli (teclado) e a condução certeira de Ian Haugland (bateria) fazem do Europe uma máquina muito bem azeitada e segura no palco, dando ao público uma apresentação nada menos que excelente.

Foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Recheado de músicas que imprimiram e legitimaram a importância do Europe no universo do rock n’ roll, o show chegou ao seu apogeu em temas como Superstitious, Cherokee, Carrie e The Final Countdown. Um grande espetáculo que só poderia advir de uma banda do calibre do Europe.

Foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Scorpions

O último ato da noite estava reservado para o incrível Scorpions – o festival ainda contou com os shows do Helloween e Whitesnake, onde as respectivas matérias podem ser conferidas clicando no nome da banda –, que veio com a Crazy world Tour, mesmo nome adotado para a turnê de 1989, no entanto, sob uma perspectiva bem diferente, sendo hoje uma crítica ao mundo estar mais louco do que trinta anos atrás.

Parece que a ordem do dia era fazer o público cantar junto cada canção, com isso, o show do grupo alemão foi superlotado de hinos como sons como The Zoo, Make It Real e Coast to Coast. O medley com Top of the Bill / Steamrock Fever / Speedy’s Coming / Catch Your Train foi interessante, no entanto, seria melhor ainda se cada canção do tal medley fosse executada na íntegra.

Foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Seja destino, sorte, acaso ou até mandinga braba, mas é fato que poucas bandas têm a chance de contar em sua discografia com hits radiofônicos do quilate e grandeza de Send Me an Angel, Still Loving You e Wind of Change, que sempre emocionam por suas belíssimas melodias, versos e refrãos, e na noite do último sábado as citadas canções contaram com o coro de milhares de vozes no festival Rockfest.

Se nas baladas o Scorpions tem mão cheia, a retórica é a mesma para o hard rock visceral como em Blackout, Big City Nights e Rock You Like a Hurricane, que colocaram abaixo o Allianz Parque. O único porém da apresentação do grupo vai para o longo e cansativo solo do baterista Mikkey Dee, que apesar dos efeitos com fumaça e suspensão da bateria, deu uma esfriada nos ânimos.

Foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Mas com vinte álbuns de estúdio, seis discos ao vivo e cinquenta e quatro anos de vida, o Scorpions, que hoje é composto por Klaus Meine (vocal), Rudolf Schenker (guitarra), Matthias Jabs (guitarra), Mikkey Dee (bateria) e Pawel Maciwoda (baixo), faz parte da realeza do rock n’ roll, lugar onde muitos almejam, mas poucos têm e ou terão o privilégio de estar, e seu show é, como apresentado no último sábado (21), digno de vossa grandeza.

Foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

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