A importância histórica do Black Sabbath para a música contemporânea é indiscutível, no entanto, Ozzy Osbourne (vocal), Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria) enfrentaram no começo de suas carreiras muito ceticismo e hesitação por parte do mercado fonográfico da época – a saber: final dos anos 1960.
Como todos sabem, a banda vingou, se tornou a precursora do heavy metal e o resto, claro, é história! E para relembrar um pouco do começo de carreira do Sabbath, Ozzy, Tony e Geezer bateram um papo com a revista inglesa, Metal Hammer, e alguns trechos da conversa você pode conferir logo abaixo.
Metal Hammer: “Se os malucos e prostitutas da Europa os abraçassem, eles teriam ainda mais dificuldade em convencer as gravadoras locais a contratá-los. Eles foram rejeitados por 14 gravadoras”.
Geezer Butler: “Sempre nos disseram para irmos embora e ‘escrever músicas de verdade’, pelo menos as gravadoras que tiveram a decência de dizer qualquer coisa. A maioria delas saíam no meio da música Black Sabbath”.
Jim Simpson (primeiro empresário): “Eu conhecia um editor, David Platts, que nos deu £ 1.000 para gravar um álbum, assim, poderíamos levar às gravadoras para convencê-los a nos contratar. A condição era que usássemos um produtor que eles tinham, Rodger Bain”.
Geezer Butler: “Cada um ganhou £ 100 e o resto nós gastamos no álbum. Eu comprei uma jaqueta e um aparelho de som para poder tocar discos. Mas alguém invadiu meu apartamento e roubou o aparelho de som, então tudo que eu tinha para mostrar o pagamento do primeiro álbum era uma jaqueta”.
Ozzy Osbourne: “Nós não tínhamos nenhuma experiência, exceto tocar ao vivo. Jim Simpson nos disse: ‘No caminho para pegar a balsa para a Suíça, parem no Regent Sound [estúdio, em Londres] e gravem seu álbum'”.
Tom Allom (engenheiro de som do Black Sabbath): “Eu nunca tinha visto a banda, não fazia ideia de como era o som e não tinha ouvido nada parecido antes. Fiquei completamente perplexo com o som. Mas Rodger Bain entendeu completamente o que eles estavam fazendo”.
Geezer Butler: Nós tratamos exatamente como se fosse um show: montamos o equipamento, colocamos microfones na frente dos alto-falantes e da bateria e gravamos o álbum”.
Tony Iommi: “Demorou um dia para gravar. No dia seguinte foi a mixagem. Depois, desaparecemos para Europa. Nós nem ouvimos o álbum”.
Ozzy Osbourne: “Quando voltamos da Suíça, Jim disse: ‘Vamos, vou tocar seu álbum, está finalizado’”.
Jim Simpson: “Nós nos encontramos na New Street Station, em Birmingham, e fomos para minha casa”.
Ozzy Osbourne: “Começou cheio daqueles trovões e relâmpagos, me surpreendeu”.
Jim Simpson: “A gravadora colocou os efeitos sonoros depois. A banda não sabia de nada sobre isso. Foi a primeira vez que eles ouviram tudo aquilo”.
Geezer Butler: “Cada um tinha só uma cópia. Fiquei muito apreensivo em mostrar o álbum aos meus pais, pois eles eram católicos convictos e eu temia que eles vissem a cruz invertida no encarte. Não tenho certeza se eles já viram isso”.
Ozzy Osbourne: “Minha mãe e meu pai colocaram o álbum no rádio. Depois de ouvir, meu pai se virou, olhou para mim e disse: ‘Posso te perguntar uma coisa, filho? Tem certeza de que está apenas bebendo cerveja'”?.
A entrevista completa (em inglês) pode ser conferida aqui. Já nos players abaixo, você relembra dois clássicos do álbum Black Sabbath.