A apresentadora Ellen Jabour foi criticada no Twitter após se queixar da politização de um show do Rage Against the Machine na semana passada. A modelo e apresentadora ainda mencionou a vez em que Roger Water, um dos fundadores da banda Pink Floyd, abordou temas políticos em suas apresentações no Brasil.
“Não gosto de shows que falam sobre política. Transformam um momento que era pra ser de unificação, em segregação. O clima fica péssimo pois as pessoas pensam diferente umas das outras e começam a se estranhar, e até mesmo a se agredir! Vivi isso no show do Roger Waters e foi uó”.
Jabour soltou a declaração ao se deparar com uma notícia sobre a reação dos fãs ao descobrirem que a banda Rage Against the Machine fala de política. Durante o show de retorno em Wisconsin, nos Estados Unidos, o grupo exibiu no telão frases contra a revogação da lei Roe vs Wade, que garantia o direito ao aborto no país. Após a apresentação, fãs afirmaram “eles eram melhores quando não falavam de política”. Uma série de usuários responderam a apresentadora.
“Você já passou pra pensar UM SEGUNDO no conteúdo de qualquer música do Roger Waters ou do Rage Against the Machine?”, questionou um usuário.
Diante da reação dos seguidores, Ellen Jabour rebateu.
“Gente, vocês não entenderam! Não estava me referindo à letras de música sobre política, mas quando a banda ou músico resolve fazer do show um momento de propaganda política. O Roger Waters, por exemplo, veio falar sobre a nossa política (Brasil) no show dele e criou o maior climão…”, explicou a modelo.
Ellen Jabour viralizou na rede social pois Rage Against the Machine e Pink Floyd são bandas que nunca deixaram de se manifestar politicamente e falam de seus ideais explicitamente nas letras das músicas. Confira as reações abaixo:
Gente, vcs não entenderam! Não estava me referindo à letras de música sobre política mas quando a banda ou músico resolve fazer do show um momento de propaganda política. O roger waters por exemplo veio falar sobre a nossa política (Brasil) no show dele e criou o maior climão…
— ellen_jabour (@ellen_jabour) July 18, 2022
Pink Floyd
Em 2018, Roger Waters, ex-vocalista e um dos fundadores do Pink Floyd, passou pelo Brasil durante a turnê Us + Them e após a música “Eclipse” em um show em São Paulo, Waters exibiu no telão a hashtag #EleNão se referindo ao presidente Jair Bolsonaro, que na época, era candidato das eleições. A atitude provou xingamentos durante a apresentação, o que gerou controvérsias, já que as canções do Pink Floyd são explicitamente políticas.
Entre os inúmeros exemplos de canções politizadas do Pink Floyd, temos “Money” do álbum Dark Side of the Moon (1973) uma composição explicitamente contra o capitalismo e a vida materialista.
O que leva Roger Waters a compor canções de cunho político vem da memória de seu pai, que fez parte do partido comunista inglês e morreu em combate durante a Segunda Guerra Mundial, em 1944, quando Waters tinha apenas cinco meses de vida.
Rage Against the Machine
Já a banda Rage Against the Machine é inspirada pela herança mexicana e a xenofobia vivida pelos integrantes. O grupo nasceu com letras de protesto, seus membros participam frequentemente de protestos políticos e outros ativismos e não quer esconder suas posições políticas, conforme o vocalista Zack De la Rocha explica em citação:
“Estou interessado em divulgar essas ideias através da arte, porque a música tem o poder de cruzar fronteiras, romper cercos militares e estabelecer diálogos reais”.
Em 2018, o guitarrista Tom Morello fez dois shows gratuitos no Brasil. Em determinado momento do show em Porto Alegre, o músico levantou sua guitarra para revelar a frase “Justiça para Marielle”, referindo-se ao assassinato da vereadora carioca, na época com apenas seis meses de acontecido. Confira abaixo.
Fonte: Rolling Stone Brasil