Durante entrevista ao canal Heavy Talk, o vocalista Edu Falaschi (ex-Almah, ex-Angra) criticou a postura desleixada de banda e artistas que não focam na produção de seus shows. De acordo com o Edu, o público merece o melhor show e a melhor produção, pois tiram de seu suado orçamento um valor significativo para o entretenimento e, esse investimento em arte, deve retornar ao público,
“Eu sou um sonhador de natureza! Eu lembro dos shows do Dio, com aqueles cenários, dragão. E o próprio Iron Maiden! E eu sempre quis ter um show desse nível. Mas antes da carreira solo, eu só tive bandas. Em bandas, você tem o voto de todo mundo, e sempre tem um que não quer gastar, que quer economizar, que não quer botar a mão no fogo e arriscar; com isso, muitos projetos foram engavetados naquela época das bandas.
Se a maioria fala não, então é não. Agora, com a carreira solo, eu que decido o que vai acontecer, pois é o meu dinheiro, o meu risco; se perder, sou eu quem perco. O resto da banda está todo mundo ganhando seu cachê, a equipe também recebe fixo. O risco é todo meu, mas eu tenho essa liberdade para realizar o meu sonho e o dos fãs.
A gente vive num país que é subdesenvolvido em tese; um país em que todo mundo dá o sangue para ganhar um salário, dinheiro, e a galera ainda gasta o dinheiro em entretenimento, com show.
O cara gasta seus R$80, R$ 100, R$ 120 – e às vezes até mais, pois não é só preço do ingresso, tem o transporte, às vezes a pessoa precisar viajar para outra cidade, tem o custo de hotel, ou seja, é um dinheiro ralado do brasileiro que ele me dá para que eu dê de volta algo especial. Esse é meu ponto de vista.
Vejo banda que já tem condição de ganhar cachê bom e que fatura com bilheteria, com o dinheiro do fã, e não volta isso para o fã, você só tem a banda no palco com o pano de fundo e acabou. Até a roupa do cara! Ele entra no palco de moletom! Tem vários artistas que não estão nem aí, não estão preocupados. Eu acho isso meio desrespeitoso com o fã!
O cara saiu da casa dele, largou o conforto da casa dele, botou uma grana para te ver – às vezes compra merchandise, isto é, gasta ainda mais dinheiro com você, aí você entrega para o cara um negócio mínimo só para economizar! Eu me sinto até meio mal! Então, fazer um bom show, acho que é uma maneira de devolver tudo o que o fã dá ao artista”.
O novo álbum de estúdio do cantor, Eldorado, foi lançado no mês passado pela gravadora King Records (Japão). No Brasil, o disco foi lançado pela gravadora Voice Music.
Misturando elementos históricos, ficção e mixagem cinematográfica, Eldorado viaja no tempo e traz músicas com influências latinas, flamenco, músicas latinas e astecas com instrumentos inusitados.
Com o vocalista Edu Falaschi no comando, a banda formada por Roberto Barros (guitarra), Diogo Mafra (guitarra), Raphael Dafras (baixo), Aquiles Priester (bateria) e Fábio Laguna (teclado) mostra o porquê são considerados exímios musicistas.
Eldorado é um álbum conceitual que faz parte de uma trilogia e que conta com 11 faixas inéditas e participações especiais de José Andrëa (voz lendária da banda espanhola Mago De Oz), Sara Curruchich (cantora indígena Maia) e Fabio Lima (um dos maiores violonistas do mundo).
Track listing de Eldorado:
01. Quetzalcóatl
02. Señores Del Mar (Wield The Sword)
03. Sacrifice
04. Empty Shell
05. Tenochtitlán
06. Eldorado
07. Q’equ’m
08. Reign of Bones
09. Suddenly
10. Wings of Light
11. In Sorrow