Se Paul Di’Anno tivesse continuado no Iron Maiden, a banda teria conquistado o mesmo sucesso mundial? É uma indagação que muitos fãs do grupo e de heavy metal já fizeram ao longo dos anos.
No livro Iron Maiden: 80-81, o autor Greg Prato levantou essa questão e foi buscar a resposta com pessoas que foram importantes à história do Maiden, com músicos consagrados na cena metal e com o próprio Di’Anno.
Veja a opinião de nomes como David Ellefson (ex-Megadeth), Charlie Benante (Anthrax), Mike Portnoy (Dream Theater) e Dennis Stratton (ex-Iron Maiden).
David Ellefson: “Acho que essa é uma questão dividida em duas partes. No que diz respeito ao estilo vocal, acho que Paul provavelmente era um pouco limitado ao apelo mainstream. E acontece que você nunca sabe como é a personalidade de alguém dentro de um grupo. Muitas vezes, quando mudanças são feitas, é por causa de uma pessoa que o grupo achava que não seria capaz de dar conta do trabalho e manter tudo sob controle.
E isso é um outro lado da coisa, é um risco quando você está em uma banda e você tem que fazer essas mudanças, porque, no final das contas, se essa personalidade não for capaz de se manter unida quando tiver por baixo, as chances de se manter unido quando tiver por cima são poucas”.
Charlie Benante: “Não sei. Essa é uma pergunta difícil de responder, porque você não tem certeza disso. O AC/DC seria tão popular se Bon Scott ainda estivesse na banda? Não sei. Mas vou colocar desta forma: nunca poderei ouvir The Number Of The Beast sem Bruce Dickinson, nunca poderei ouvir Back In Black sem Brian Johnson.
Então eu acho que talvez no fundo eu não ache que a banda teria sido tão popular sem essas mudanças, mas nunca se sabe. O Metallica se tornou enorme, e não acho que James diria naquela época que ele era um ótimo cantor do tipo Rob Halford”.
Mike Portnoy: “Odeio dizer isso – com todo o respeito ao Paul – mas provavelmente não. Eu acho que Bruce foi uma grande parte do som da banda e foi quando a banda finalmente estourou com The Number Of The Beast, Piece Of Mind e Powerslave.
Não foi apenas a voz de Bruce, foi o visual, também. Naquela época, ninguém no metal tinha cabelo curto – simplesmente não era o visual da época, e Paul tinha cabelo curto. Bruce tinha cabelo comprido e era como um Deus Dourado. Acho que grande parte do avanço mainstream do Maiden se deve à entrada de Bruce na banda”.
Dennis Stratton (guitarrista do Iron entre 1979 e 1980): “Não, não acho que eles teriam tido sucesso mundial se Di’Anno tivesse ficado, porque ele era difícil de trabalhar, um pouco bobo da cabeça; eu nunca trabalharia com ele”.
Paul Di’Anno: “Eles tiveram algumas boas músicas depois que saí da banda, mas também tiveram algumas ruins nos últimos anos. Então, vai saber? Nunca se pode prever, não é? Acho que ainda teríamos seguido na mesma direção que eles seguiram – tipo, The Number Of The Beast e tudo mais”.
Ao lado do Iron Maiden, Paul Di’Anno lançou apenas dois álbuns de estúdio: o homônimo ao grupo, lançado em 1980, e Killers que saiu em 1981.
Depois disso, a banda seguiu carreira com o Bruce Dickinson até o começo da década de 1990, quando o cantor resolveu sair do grupo e se dedicar à carreira solo.
Blaze Bayley fora o substituto até 1999, quando aconteceu o retornou triunfal de Dickinson, que permanece no posto de frontman da Donzela de Ferro até os dias de hoje.
Poderiam ter se tornado até nos novos Beatles do metal. Nunca se sabe.