Diary of a Madman foi a prova que a carreira solo de Ozzy Osbourne tinha chegado para ficar

Antes, a história de John Michael Osbourne – vulgo Ozzy Osbourne – na música estava atrelada ao Black Sabbath. Contudo, o convite ao cantor para passar no RH do grupo aconteceu em 1979, pouco tempo depois de Never Say Die! vislumbrar a luz do Sol.

A razões para tal decisão de Tony Iommi (guitarra), Gaazer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria)? O Madman não estava entregando o que era necessário para segurar seu posto na banda, além, é claro, de dar muita atenção ao famoso combo da morte: bebidas e drogas.

Chutado para fora do clã sabbathiano, Ozzy carregou consigo grande parte do carisma da banda, que acabou sendo salva pelo saudoso pequeno-gigante Ronnie James Dio, e, obviamente, sua voz inigualável.

O Príncipe das Trevas, amparado e bancado pela empresária Sharon Arden – futura Sharon Osbourne – ressurgiu das cinzas com uma banda fantástica formada por Randy Rhoads (guitarra), Bob Daisley (baixo – além de letrista e arranjador), Lee Kerslake (bateria) e Don Airey (teclado).

O timaço colocou na praça o impecável Blizzard of Ozz (1980), que veio recheado de clássicos atemporais do quilate de I Don’t Know, Mr. Crowley e Crazy Train. A prova dos nove, todavia, veio com o lançamento de seu segundo movimento solo, Diary of a Madman.

A missão do disco era redobrada da de seu antecessor, pois precisava fundamentar a carreira solo de Osbourne no mercado, tirando aquela silhueta de desconfiança que pairava na mídia, produtores, agentes e, até mesmo, entre alguns fãs.

Além disso, a outra incumbência de Diary of a Madman era fazer frente ao repertório de Blizzard of Ozz, o que podia render calafrios a qualquer músico experiente.

Time que está ganhando não se mexe, já diria a sabedoria popular! Então, seguindo a receita de Blizzard, Osbourne e seus já conhecidos camaradas deram vida ao repertório do disco; sons como a poderosa open track Over the Mountain, a debochada Flying High Again e a ode ao som pesado You Can’t Kill Rock and Roll formam a trinca inicial da audição.

Sabiamente firmado nas guitarras neoclássicas de Randy Rhoads e nas sacadas líricas de Bob Daisley, o álbum, independentemente de ter sido composto na estrada, durante a turnê do full length anterior, ou seja, com uma limitação clara e grave de tempo e energia, conseguiu se impor e trazer ao ouvinte momentos de puro deleite como na comovente balada Tonight e na sublime faixa-título.

Comercialmente, Diary of a Madman foi um grande sucesso, pois vendeu mais de três milhões de cópias, garantiu a décima sexta posição na Billboard, emplacou três sons nas paradas: Flying High Again, Over The Mountain e You Can’t Kill Rock and Roll.

Levando em conta o repertório caprichado da obra, o êxito comercial do disco não fora maior devido ao fatídico acidente aéreo que vitimou o gênio Randy Rhoads; a queda da aeronave ocorreu no dia 19 de março de 1982. Na época, o guitarrista tinha apenas 25 anos.

Como a história nos conta, Ozzy voltou à estrada para cumprir as datas já agendadas da tour e teve outros grandes momentos em sua carreira solo. Entretanto, com a morte de Randy, a turnê de divulgação ao DOAM fora essencialmente mais enxuta; muitos países e cidades não foram contempladas pela trupe, o que, de certa forma, impactou nas vendas de tal obra musical.

Apesar de tudo, com certo gosto amargo por ter perdido o amigo e parceiro de trabalho, Ozzy, embalado pelo saboroso repertório de Diary of a Madman e pelas suas alegorias como cruzes, sangue de halloween, amizade com o capiroto e mordidas em animais aqui e acolá, firmou sua carreira solo de maneira definitiva e bem-aventurada.

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