David Gilmour é um músico que dispensa longas e tediosas introduções, visto que seu trabalho ao lado do Pink Floyd e em carreira solo tutelam o seu prestígio e sucesso no mercado musical. Dono de um timbre peculiar, que é possível reconhecer em apenas uma nota – tal qual Carlos Santana, Tony Iommi, Pete Townshend e Jimmy Page -, Gilmour é uma fusão muito bem consumada entre o blues e o rock n’ roll.
Amparado pelo som estalado da Fender Stratocaster, David arremata seu playing com muita expressão em bends de até dois tons, vibrato e uso de alavanca. Sem contar os incomparáveis saltos de corda, riffs e solos com corda solta e as dinâmicas impostas pelo desdenhado tempo de respiro para que as notas e frases ganhem ainda mais dimensão.
Em suma, David Gilmour propõe um diálogo com a guitarra, sendo assim, há uma hora para falar, refletir, pausar e retomar a conversa para o caminho que bem desejar.
Portanto, como uma forma de celebração ao seu imenso legado, queremos recordar 5 solos subestimados do mestre da Stratocaster. Vamos enumerar os solos que passam longe do top five dos fãs, mas que são profundamente caprichados.
High Hopes
O solo final da canção é uma pintura do começo ao fim! Feito em uma lapsteel, também conhecida como guitarra havaiana, comprova a genialidade de Gilmour, pois apresenta ao ouvinte o esquema de começo, meio e fim, tudo está muito bem arranjando e propondo uma história ao público.
As frases não são desconexas, tampouco soam como um mero exercício de estudo do instrumento. Embarque nesta viagem com o mestre!
One of These Days
Tal qual a canção citada anteriormente, One of These Days, que é o open track de Meddle, sexto registro de estúdio do Pink Floyd, é assentada na lapsteel, contudo, as frases aqui são mais ácidas e urgentes, isto é, são licks no melhor estilo “abram espaço porque estamos passando”.
Run Like Hell
É fácil, fácil meter os pés pelas mãos ao usar o pedal de delay, visto que, no mais ínfimo movimento em falso, o efeito pode destruir seu solo e transformar tudo numa lambança em que não se salva absolutamente nada. Em Run Like Hell é o oposto disso, já que é a tecnologia a favor do músico. Frases certeiras e o uso do efeito na medida perfeita.
Dogs
Lembra daquela história de solos que contam uma história e privilegiam a pausa, o respiro? Então, aqui está outro belo exemplo de tal façanha. Outro destaque do solo de Dogs são os bends dobrados, os double stops e harmônicos artificiais.
Marooned
The Division Bell, décimo quarto registro de estúdio do Pink Floyd, é um álbum que divide opiniões dos fãs: há quem ame e há quem odeie! Seja qual for o seu lado da história, o disco oferece ao ouvinte um trabalho afiado nas seis cordas, e isso é inegável.
O uso de pedal oitavador em Marooned, por exemplo, é de puro requinte, e mostra que os solos de David, mesmo sendo processados por pedais, plugins e afins, exalam emoção em cada nota, nada ali é jogado ou fora de esquadro. Uma obra-prima!
O solo de Dogs é um dos melhores de todos os tempos. O timbre inusitado puxado pro hard rock revela toda competência de Gilmour.
ainda prefiro Confortably Numb, mas esses 5 são da mais alta categoria