O icônico quarteto formado por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr nunca foi tímido ao falar sobre as próprias influências. Na verdade, durante os primeiros anos dos Beatles, eles nunca precisaram dizer quais eram.
O primeiro álbum da banda integrou duas faixas que ficaram famosas pelas The Shirelles, e o segundo lançamento nos Estados Unidos teve covers de músicas de Chuck Berry e Little Richard.
Só algum tempo depois, quando a banda gravou apenas músicas originais, foi necessário prestar mais atenção para entender as influências. Harrison, por exemplo, disse que eles tinham Otis Redding em mente quando ele e McCartney fizeram a parte da guitarra de “Drive My Car”.
Enquanto McCartney disse que estava pensando no hit “Daydream”, do Lovin ‘Spoonful quando escreveu “Good Day Sunshine”.
Na época em que fizeram o White Album, o quarteto era a maior banda da época. Mas ainda assim, eles buscavam os grandes grupos da cena.
A lista incluía The Who, por exemplo. Quando McCartney escreveu “Helter Skelter”, ele considerou a música como a “mais desagradável e suada” que ele já fez, e que pretendia superar o The Who.
Quando voltamos para 1985, McCartney fala sobre o real objetivo com “Helter Skelter”, depois de ler uma resenha.
“The Who fez a faixa mais barulhenta, o rock ‘n roll mais estridente e a coisa mais suja que eles já fizeram”, disse. “Sendo assim, decidimos fazer o nosso rock mais alto, desagradável e suado que conseguimos”.
As sessões de “Helter Skelter” foram movidas a drogas e feitas sob o conceito de Paul. Se em algum momento você já se perguntou como é o som dos Beatles por volta de 1968, basta ouvir o White Album.
Segundo Brian Gibson, engenheiro de som, o quarteto havia ingerido várias substâncias durante a gravação da faixa.
Após refazerem uma versão de 27 minutos da faixa, eles ficaram “completamente doidos” para definir uma versão mais curta – que finalmente seria lançada.
Com os estridentes vocais de McCartney, o baixo e saxofone de Lennon e Starr gritando ao falar sobre as bolhas nos dedos, esse foi o registro mais pesado que os Beatles conseguiram gravar.
Fonte: Rolling Stone Brasil