John Michael Osbourne – ou simplesmente Ozzy Osbourne – ganhou fama mundial como um dos criadores do heavy metal, estilo musical que tanto amamos e o qual tem como protagonistas as linhas de guitarra pesadas e distorcidas, vocais poderosos, bateria devastando tudo e todos como um rolo compressor e o baixo para dar a liga em todo o caldo musical.
No Black Sabbath, o britânico assinou obras como Black Sabbath (1970), Paranoid (1970), Master of Reality (1971), Vol. 4 (1972) e Sabbath Bloody Sabbath (1973). Com a fama e o dinheiro, o cantor conheceu bem de perto o lado sombrio da indústria musical: os empresários parasitas, que pilharam a banda o quanto puderam.
Na mesma pegada malfazeja, Ozzy e seus camaradas do Sabbath atolaram com força os pés nos vícios em drogas, bebidas e groupies. A vida sem regras dos caras era de causar invejinha e dor de cotovelo na turma de Sodoma e Gomorra.
Em certo tempo, Osbourne acabou pagando um preço caro pelos abusos, que foi a sua demissão do Sabbath. Exilado em um quarto de hotel imundo em Los Angeles, o Madman estava entregue a própria sorte. Ele recebia a “visita” do entregador de pizza, do traficante que lhe fazia o refil das drogas e das groupies que lhes prestavam serviços, digamos, carnais.
Por amor, amizade ou por puro oportunismo mercadológico, o jogo virou para o Príncipe das Trevas quando a empresária Sharon Arden, que mais tarde atenderia pelo nome de Sharon Osbourne, o ajudou a sair do fundo do poço. A moça edificou uma carreira solo brilhante para o cantor, a qual alcançou ainda mais prestígio comercial do que o Sabbath.
Sharon sempre se certificou de posicionar a carreira de Ozzy no que está em destaque na indústria musical e do entretenimento. Seja coalhando o line-up do Ozzfest de bandas de new metal nos anos 1990; seja criando o reality show The Osbourne na década de 2000 e, até mesmo, fazendo Ozzy performar vídeos satíricos de programas bizarros como Geordie Shore e afins, a marca do artista estava presente.
E é claro que, ao longo de mais de cinquenta anos de carreira, o cantor inglês também deu as caras no cinema, com participações em algumas obras cinematográficas, que vão do terror b-side até longas de comédia e aventura.
Fizemos a compilação de seis filmes em que o comedor de morcego mostrou todo o seu carisma e talento na atuação.
Trick or Treat – Heavy Metal do Horror (1986 – direção de Charles Martin Smith)
Para quem é do campo heavy metal, a obra é interessante, pois retrata a história de um metaleiro que sofre bullying na escola e vê o seu ídolo da música morrer de forma trágica. Na noite de Halloween, o rock star tenta voltar do mundo dos mortos com a ajuda do fã, que toca o seu então álbum inédito de trás para frente.
Ozzy interpretou o papel do Reverendo Aaron Gilstrom, que é o arquétipo do cidadão de bem, ou seja, prega o moralismo, mas é um tremendo pilantra.
The Jerky Boys – Dois Malas Sem Alça (1995 – direção de Roger Birnbaum e Joe Roth)
A trama aqui gira em torno de dois jovens que não têm nada de útil para fazer em suas vidas e ficam passando trote para as pessoas imitando a voz de um chefe da máfia de Chicago. É claro que os malfeitores não gostaram da trolagem e foram atrás dos moleques.
O grupo Helmet apareceu no filme fazendo um cover de Symptom of the Universe, do Black Sabbath, com Ozzy fazendo uma pequena aparição como empresário da banda.
Private Parts – O Rei da Baixaria (1997 – direção de Betty Thomas)
O longa é inspirado no livro homônimo, o qual conta a história de Howard Stern, radialista que sempre sonhou em ser uma estrela da TV. Ao longo de sua quase duas horas de projeção, a obra conta os dessabores e aventuras que Stern amargou para alcançar o seu objetivo.
O Príncipe das Trevas interpreta ele mesmo no filme e tem apenas uma fala: “What a fucking jerk” – “Que babacão”, em uma tradução livre.
Little Nicky – Um Diabo Diferente (2000 – direção de Steven Brill)
Com muito bom humor e trilha sonora animadora, a película mostra as aventuras do filho mais novo do diabo, que se vê em enrascadas quando seus dois irmãos mais velhos fazem de tudo para tomar o poder do hilário capeta e formar um reino realmente do mal. Com a ajuda de um cachorro e amigos, dentre eles Ozzy Osbourne, Nicky tenta impedir a maldade de seus irmãos.
Austin Powers In Goldmember – Austin Powers: O Homem do Membro de Ouro (2022 – direção de Jay Roach)
Depois que Dr. Evil e o seu braço direito, Mini-Me, escaparam da penitenciária de segurança máxima, o agente da lei, Austin, é chamado para resolver o problemão. No enredo, o vilão derruba um satélite em forma de seios, e é nessa hora que o mordedor de cabeça de pombo aparece interpretando ele mesmo. Sentado no sofá de casa ao lado da família, ele reclama da piada com os peitos.
Ghostbusters – Caça-Fantasmas (2016 – direção de Paul Feig)
A aventura fica em torno da investigadora paranormal Abby Yates, a física Erin Gilbert, a engenheira Jillian Holtzmann e a metroviária Patty Tolan, que se unem para investigar estranhas aparições de fantasmas que começaram a ocorrer na cidade de Nova Iorque.
O Madman deu o ar da graça durante a apresentação da banda de heavy metal Beasts Of Mayhem, que enfrentou problema para se apresentar ao vivo por conta da infestação de fantasmas. Em sua cena no filme, Ozzy pergunta à esposa e empresária Sharon se ele está sonhando.
Menção honrosa: Em Trolls World Tour (2020), Ozzy dublou o personagem King Thrash, que é o rei do hard rock, mas que se encontra de pé para o ar, aposentado dos palcos.