Dezoito anos é o tempo que separa a primeira visita, na época com o célebre White Zombie, do mestre do horror, Rob Zombie, da interessantíssima apresentação do último dia 19 de setembro, Rock in Rio.
Em carreira solo desde final dos anos 1990, o ex- líder do White Zombie mostrou que o tempo só o fez aprimorar a arte de entreter, e mais, provou que não é nenhum demérito usar, ou mesmo roubar, apelos visuais que mestres do shock rock como Alice Cooper já usaram e abusaram pelos quatro cantos do globo.
Com uma carreira estruturada por bons discos e com uma banda bem afiada – formada por John 5 (guitarra), Piggy D. (baixo), Ginger Fish (bateria) – o trabalho de Zombie era de apenas conduzir a plateia aos confins de suas mais insanas e deploráveis perturbações mentais. Pontual no melhor estilo inglês, Rob abre sua apresentação, às 19:30, com a pesada “Meet the Creeper”, do celebrado álbum Hellbilly Deluxe, A desorientação musical de “Superbeast” é acompanhada por imagens perturbadoras vindas dos mais assustadores pesadelos.
“Super-Charger Heaven” e “More Human Than Human” são felizes em rememorar o período áureo do citado White Zombie. E com peculiar presença de palco e diversas trocas de figurino, Mr. Zombie conseguiu conduzir o publico com grande desenvoltura, pontuando sua apresentação pela interação e grande energia.
Nunca foi segredo que a experiência depõe a favor onde quer que seja aplicada, dito isso, a bagagem adquirida por rodar cada canto do planeta assegura ao artista reconhecer as melhores formas de atingir e conquistar seu público. Certo disso, Rob trouxe um setlist bem equilibrado, flertando ora novos clássicos como “Dead City Radio and the New Gods of Supertown” e “Mars Needs Women” ora antigos do teor de “Living Dead Girl” e “Demonoid Phenomenon”.
O desfecho veio em paralelo a dois importantes períodos da carreira de Zombie representado por “Thunder Kiss 65” e “Dragula”, mostrando aos esquecidinhos o porquê de Rob ser um dos pilares do amado e odiado shock rock.
A promessa de um breve retorno ao Brasil fora feita pelo cineasta, escritor e músico, Rob Zombie, o que vem ecoar aos freaks como agradável notícia e aos mais sensíveis como uma grande prova que um eminente apocalipse se aproxima.
Escrito por: Marcelo Prudente
Fonte: Território da Música