Frases ocas como: “Na minha época tudo era melhor”; “hoje em dia nada presta”; “essa molecada não saca nada de música” e “o metal de antigamente era o brabo” correm de um lado para o outro da cena rock n’ roll e heavy metal e tentam retratar uma realidade bem distante do que está rolando no mercado musical.
Parte do público cisma em criar raízes no passado e abandonar o presente. E pior, boicota o que está a sua volta e tangível ao contato. Algumas pessoas romantizam o antigo e o encapsulam em uma redoma de cristal como se fosse uma espécie de divindade, o que é tolo e infantil.
No passado ou no presente, a cena musical, artística e literária, por exemplo, sempre estiveram coalhadas de produtos caprichados e de mercadorias fajutas. O trabalho do consumidor – e da imprensa – é, pois, debruçar energia e atenção para que o bem-feito tenha mais exposição e, consequentemente, mais êxito comercial.
Este expediente acontecia lá atrás, nas décadas passadas, e é análogo ao agora. O que mudou é a oferta, visto que, sem a necessidade de pedir bênção ao dono de gravadora e ou empresário, novos grupos, facetas musicais e arquétipos artísticos são criados, diariamente, por assim dizer.
Dessa forma, tal fato vem demandando mais cautela e paciência do público para separar o joio do trigo. Portanto, existem muitas bandas novatas que merecem um bom lugar ao Sol; tem muita coisa boa sendo criada no agora, basta olhos de ver e ouvidos de ouvir para vislumbrar a mesma luz.
Sendo assim, em nosso espaço, queremos ajudá-lo, propor um atalho, se preferir, para que você possa alcançar o pote de ouro, rapidamente. Nas linhas abaixo, vamos enumerar 8 bandas da década de 2010 que merecem uma chance na sua vitrola e coleção de discos.
Blues Pills
Se o rock n’ roll é filho legítimo do blues, logo, uma banda que está edificada no blues rock não tem como dar errado. Liderado pelo vozeirão de Elin Larsson, a trupe mescla psicodelismo as fortes linhas de guitarra e voz, além disso, se sobressai no teor lírico ao tratar o empoderamento feminino.
Slaughter to Prevail
Lá das terras congeladas da Rússia saiu o quinteto que tem abalado o metalcore e tocado o terror nos festivais de rock e metal europeus. Quem comanda o maravilhoso caos sonoro é o vocalista Alex The Terrible, que chega a acordar os mortos com o seu gutural. Se música extrema te apetece, não deixe de incluir STP na sua playlist.
Lucifer
A banda não acertou apenas no nome, não, visto que o cruzamento entre Black Sabbath e Blue Öyster Cult rendeu uma cria única. O núcleo criativo da turma é experiente, pois é composto por Johanna Sadonis (The Oath) e Nicke Andersson (ex-The Hellacopters, ex-Entombed), mas, mesmo assim, não ruminam fórmulas batidas pelos bastiões que os antecederam. É um som vibrante e cheio de ganchos vocais, que vão te fazer aumentar o volume do player.
Ghost
Os primeiros passos do Ghost foram dados a partir de meados dos anos 2000, contudo, o debute só vislumbrou a luz do Sol – ou da Lua – em 2010, portanto, cabe agregá-lo ao nosso time. Tobias Forge, que é o dono da empresa, acertou em cheio ao criar um mundo paralelo o qual os Papas e seus sectários dão um o quê humorístico ao shock rock.
O som é um fundição de hard rock com o pop, então, há muitos refrãos para cantar junto, riffs bem sacados e deboche no conteúdo lírico. Em uma comparação simples, Ghost é a união do Black Sabbath, Mercyful Fate e Abba.
Bad Omens
Colocar a banda de Noah Sebastian (vocal) na caixa do metalcore é uma injustiça danada. Os meninos entregam muito mais que gritos e canções no melhor/pior estilo britadeira quicando na cabeça e ou ouvido.
Linhas melódicas profundas, nuances progressivas e vocais limpos estão a dispor do quinteto, que já coleciona três trabalhos de estúdio. Caso queira sair da mesmice, dê uma chance ao Bad Omens.
Maestrick
A trupe liderada pelo vocalista e compositor Fábio Caldeira iniciou as atividades na década de 2000, porém, a coisa tomou forma e corpo em 2011, com o lançamento do álbum Unpuzzle! O rótulo progressivo chega a ser limitador para contemplar a extensão artística do conjunto.
Tem influências de power metal, blues, metal tradicional, bossa nova e muitas outras vertentes sonoras.
Todavia, não se trata de um emaranhado de inspirações desconexas e sem um pingo de norte. Pelo contrário, tudo é milimetricamente bem costurado e ofertado ao ouvinte. É a arte brasileira vibrando vida e capricho.
Skyharbor
O público que curte prog metal e djent metal de darem nó na cabeça e queira sair da mesmice dos nomes já bolorentos da cena, os indianos do Skyharbor são uma boa pedida. Todos aqueles ingredientes como compassos intrincados, acordes dissonantes e muita ambientação estão contemplados na arte dos rapazes. Aqui vale o famigerado ouça sem moderação.
Avatarium
A banda é um filhote do Candlemass, no entanto, não se limita apenas ao doom metal, visto que há contornos progressivos e, até mesmo, de rock clássico. A poderosa voz de Jennie-Ann Smith colabora para uma pluralidade sonora e de interpretação. Se afinações baixas e guitarras pesadas estão no seu radar musical, Avatarium precisa constar na sua coleção.
Eu não conheço estas bandas, portanto não estou clarificada para opinar sobre elas. Eu acho que tem espaço para todos e vou procurar ouvir e se gostar, vou procurar conhecer melhor.
Ghost é simplemente MARAVILHOSO! Sou completamente apaixonada pela banda e na minha playlist só tem eles a anos!
Putz, melhor ficar com as antigas mesmo…
Rival Sons é rock de verdade.