Bruce Dickinson: 5 destaques no repertório do incrível Balls to Picasso

O título é simplesmente horrendo; se houvesse uma competição para escolher qual o pior nome de um álbum de rock Balls to Picasso certamente estaria no páreo, lutando ponto a ponto contra All The Best Cowboys Have Chinese Eyes (Pete Townshend), Zenyatta Mondatta (The Police), Bananas (Deep Purple), Rabbit Don’t Come Easy (Helloween) e The Spaghetti Incident? (Guns N’ Roses).

Ainda bem que não há tal competição – assim esperamos – e o foco é essencialmente em seu recheio que são as músicas. Neste quesito, Balls to Picasso dá um show, pois conta com um repertório caprichado transbordando grandes sacadas e arranjos musicais, riffs criativos e melodias que cismam alugar um espacinho em nossas cabeças por dias, meses e, quiçá, por anos a fio.

O disco foi a segunda iniciativa solo de Dickinson, que queria se distanciar a todo custo do heavy metal old school praticado pelo Iron Maiden. E é claro que muita gente torceu o narizinho e considerou tal atitude uma heresia e afronta aos deuses do metal. Porém, na calada da noite, com os fones de ouvidos, muitos guerreiros forjados no ferro e fogo do som pesado abriram o coração e os ouvidos ao repertório de Balls to Picasso.

O disco como um todo é muito bacana e reserva muitos minutos de lazer e diversão ao ouvinte, no entanto, para àqueles que queiram molhar o pé, primeiramente, e não mergulhar com tudo, vamos listar 5 destaques do álbum.

1. Tears of the Dragon

O começo é obviamente com o maior clássico da carreira solo de Dickinson, Tears of the Dragon. A canção reúne atributos como letra interessante, riff e arpejo de guitarra sensacional e um refrão simplesmente que flerta com a perfeição.

2. Sacred Cowboys

A pegada acelerada é o mote de Sacred Cowboys, que desafia o ouvinte cantar seus versos sem perder o fôlego. A letra é uma crítica aos Estados Unidos e as efemeridades que sempre cercaram a sociedade norte-americana.

3. Change of Heart

O momento mais intimista do disco chega com a balada Change of Heart, que versa sobre coração partido e fim de relacionamento. A faixa ganha evidência por conta da interpretação ímpar de Bruce, que consegue expressar com maestria o sentimento contido na letra.

4. Shoot All the Clowns

O som é alto astral, mas a letra é meio deprê! É uma ambiguidade que fixa residência em muitas obras musicais e que pode desandar nas mãos de pessoas atrapalhadas e inaptas. Com o Air-Raid Siren, o recurso pesou para o lado positivo da balança.

5. Cyclops

A música mais longa do álbum é Cyclops, e não pense que é uma canção embalada por intenções progressivas. Longe disso! O som é pesado e não cede aos caprichos circenses dos músicos, além disso, há um quê alternativo que deve ter causado calafrios nos fãs mais sistemáticos do cantor.

2 comentários em “Bruce Dickinson: 5 destaques no repertório do incrível Balls to Picasso”

  1. O título é genial porque os 2 quadrados fazem parte. Na fase cubista do Picasso, formas circulares são representadas como formas angulares (ex, no quadro “Nu”), então ⬜ ⬜ = bolas, ou seja, na arte, seja visual ou sonora, há espaço pra representar o mundo de formas inusitadas e contraditórias.

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