Recentemente, o álbum de estreia autointitulado do Black Sabbath completou 52 anos de seu lançamento original. Com a temática sombria, clima soturno, riffs macabros, letras assustadoras, entre outras inúmeras características, o disco fora o ponto de partida do gênero heavy metal, servindo como inspiração para diversas bandas que futuramente também se tornariam referência do estilo musical.
Em comemoração as mais de cinco décadas do álbum, aqui vai dez curiosidades sobre o trabalho de estreia do Sabbath (via Loudwire).
O álbum foi gravado em apenas 12 horas
Se você soubesse que estava fazendo um clássico da música contemporânea, provavelmente gostaria de gastar o máximo de tempo possível para ter certeza de que o disco soa exatamente do jeito que você deseja. No entanto, esse não foi o caso do Sabbath, já que a banda gravou o disco de estreia em apenas 12 horas, com o produtor Rodger Bain, no Regent Sound Studio. O Black Sabbath teve apenas dois dias disponíveis em estúdio, sendo que um deles foi reservado para mixagem, que ocorreu sem a presença dos músicos.
Livro ‘O Senhor dos Anéis’ inspirou, em parte, a música The Wizard
As obras de J.R.R. Tolkien influenciou inúmeros artistas de rock e metal como Led Zeppelin, Uriah Heep e Sabbath. A música The Wizard, por exemplo, não coopta nenhuma especificidade das obras de Tolkien, entretanto, inspirou Geezer Butler escrever a sua base, tendo como entusiasmo o mago de ‘O Senhor dos Anéis’, Gandalf.
A mulher – bruxa – da capa do álbum permaneceu um mistério por 50 anos
Mais de meio século foi o tempo em que a identidade da sombria mulher da capa do disco ficou sob o manto do mistério. Há pouco tempo, todavia, que fora revelado que a tal mulher – bruxa – é a modelo britânica Louisa Livingstone.
A foto da capa foi tirada por Keith Macmillan, no Mapledurham Watermill, em Oxfordshire, Inglaterra, às quatro horas da madrugada, no frio do inverno inglês, com a modelo quase totalmente nua, vestindo apenas um manto.
Vale comentar que fotos mais ousadas também foram registradas, no entanto, foram descartadas, já que a sexualidade não se encaixava ao clima necessário para representar visualmente o álbum de estreia do Sabbath.
Tony Iommi quase não tocou sua icônica guitarra Gibson SG
É impossível pensar em Tony Iommi hoje em dia sem sua guitarra clássica Gibson SG. Segundo Iommi em seu livro “Iron Man: My Journey Through Heaven and Hell with Black Sabbath”, o captador de sua Fender Stratocaster branca parou de funcionar, sendo assim, a solução fora usar o instrumento de ‘backup’, que era a Gibson SG.
Afinação Padrão
Tony Iommi sofreu um terrível acidente na fábrica em que trabalhava, o que resultou na perda das pontas dos dedos do meio e anelar, o que dificultava muito o músico a tocar o instrumento. E para aliviar a dores e incomodo, o guitarrista usou, eventualmente, afinações mais baixas na guitarra, pois, com uma menor tensão nas cordas, menor era a dor ao tocar.
Todavia, nos dois primeiros álbuns do Sabbath, Tony tocou em afinação padrão, Mi (E). O guitarrista só passou a usar a afinação em dó sustenido (C#) a partir do álbum Master of Reality (1971).
Ética de trabalho inspirada no Jethro Tull
Tony Iommi passou por um curto período no Jethro Tull, em 1968, mas fora o suficiente para aprender disciplina e introduzir no Sabbath um regime rígido de ensaios. Tais ações ajudou o Sabbath a crescer profissionalmente antes mesmo de lançar o seu primeiro álbum.
Não ligar para os críticos
Se você está abrindo caminho para um gênero musical, sempre haverá pessoas que não entenderão o seu trabalho. E com o Sabbath não fora diferente, já que a banda fora duramente criticada por jornalistas de música, principalmente pelo famoso Lester Bangs, da Rolling Stone, que detonou sem dó o disco e a banda.
Considerando que o Sabbath é citado como uma influência por quase toda banda de metal, Iommi fez mais do que o suficiente para provar que as críticas de Lester estavam fora de esquadro.
N.I.B. não significa ‘Nativity in Black’
As letras sombrias da música até podem sugerir que o título da canção tem algo relacionado a Nativity in Black, no entanto, não tem, não. O título é uma brincadeira do baixista Geezer Butler, com o baterista Bill Ward, que, na época, usava uma barba que se afinava como a ponta de uma caneta chamada nib.
Warning inspirou o grande sucesso do próximo álbum, War Pigs
Em estúdio, o Sabbath nunca se interessou muito por covers, mas era parte integrante de seus repertórios ao vivo no começo de carreira. Na estreia, porém, os britânicos fizeram dois covers para sua prensagem europeia, sendo que uma dessas canções era Warning, de The Aynsley Dunbar Retaliation. A faixa fora, eventualmente, pano de fundo para o clássico War Pigs, do álbum seguinte, Paranoid.
Repertório da versão norte-americana difere da europeia
Black Sabbath foi lançado em 13 de fevereiro de 1970, mas só chegou ao mercado norte-americano em 1º de junho daquele ano. Além disso, o repertório da versão estadunidense difere da europeia. Evil Woman, cover do Crow, só apareceu na versão europeia do álbum, por exemplo.
Wicked World não estava disponível na prensagem inicial, mas foi adicionado para o lançamento norte-americano, enquanto Evil Woman fora descartada.