O Guns N’ Roses foi, sem dúvida alguma, uma das bandas mais bem-sucedidas que já caminharam pela face da Terra. Trabalhos como Appetite for Destruction (1987), G N’ R Lies (1988)
Use Your Illusion I (1991) e Use Your Illusion II (1991) deixaram um importante legado ao mundo da música, provando que o som pesado, baladas, pompa, megalomania e doses cavalares de hedonismo se casavam muitíssimo bem, obrigado.
Uma das peças fundamentais para que o GN’R emplacasse nas paradas e fixasse residência nos corações dos fãs estava na característica voz de Axl Rose. Potente, encorpada e com capacidade de soar forte e brilhante em registros graves e agudos, a voz de Rose era o sonho de nove em cada dez candidatos a vocalistas de rock e metal no final dos anos 80 e começo da década de 1990.
No entanto, o pacote Axl não vinha somente com uma voz inigualável, que ia do barítono ao soprano; o músico vinha também com temperamento turbulento, agressivo e abusivo, ou seja, era uma bomba relógio sem hora certa e ou lugar para explodir. Podia ser no palco, camarim, entrevista, hotel…E só Deus sabia onde mais.
E salve-se quem puder quando o cantor explodia! Sobrava espinhos e dardos inflamados para os músicos da banda, integrantes de outros conjuntos, equipe técnica, fãs, mídia e para quem ousasse aparecer em sua frente. Conviver e ou orbitar em torno do vocalista era algo perigoso e, até mesmo, insalubre.
Começo do fim
Em meados dos anos 90, o Guns começou a se despedaçar, esfarelar como poeira cósmica, assim como a voz de Rose. Os músicos foram, um a um, passando no RH para assinar a rescisão de contrato e cair no mundo de maneira independente e sem o julgo do CEO da banda.
Desde então, o cantor, o big-boss, seguiu comandando o grupo com mãos de ferro, cuja norma era: Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Na verdade, este é o modus operandi até os dias de hoje, mesmo com a tal reunião com os membros originais Slash (guitarra) e Duff McKagan (baixo).
O tempo é implacável
Na atualidade, Rose ainda é uma figura que exerce enorme fascínio e magnetismo no público. Até mesmo nas novas gerações, que não presenciaram o ápice do vocalista, conservam um inexplicável deslumbramento e encanto pelo músico.
O cantor, que está quase na idade de pedir gratuidade em transporte público, faz o possível para entregar uma performance cativante e tecnicamente apurada, no entanto, o tempo é implacável e os anos de excessos de outrora cobram um preço alto hoje em dia, e a performance de Axl atualmente não passa, infelizmente, do razoável.
Rose deveria ter planejado melhor a longevidade de sua carreira e cuidado melhor de sua saúde e instrumento de trabalho ao longos dos anos. É lamentável e triste vê-lo com uma voz tão fraca e sem brilho. Tem como piorar? Claro, sempre tem! É deprimente perceber que Axl, visualmente, não passa de uma versão rock de Mama Fratelli, vilã do clássico filme Os Goonies.