No início da semana, Anitta fez diversas críticas à produção do Rock in Rio. A cantora, que se apresentou uma única vez na edição brasileira do festival em 2019 e agora jurou “não pisar mais” no evento, denunciou tratamento diferente dado aos músicos brasileiros e estrangeiros.
Mas muito antes de Anitta se pronunciar contra o festival, uma outra cantora já havia desaprovado a preferência dada a artistas internacionais e também se recusou a repetir sua participação: Rita Lee.
Em entrevista a Marília Gabriela em 1991, Rita declarou que não esteve no evento naquele ano “por uma sorte muito grande”.
Ela detalhou: “Eu gosto muito de festival, acho legal essa coisa planetária. Aí eu achei que, no primeiro Rock in Rio, que eu participei, tinha uma coisa muito estranha por trás. A gente – os músicos brasileiros -, [ficou] meio que de cobaia lá. Para testar a luz, testar o som… Não pode ensaiar”.
a Rita Lee denunciou isso lá atrás, depois de participar do RiR de 1985. Foi, viu o movimento, denunciou a diferença no tratamento entre artistas estrangeiros e brasileiros. Depois disso, nunca mais voltou ao RiR.
— tinho (@vitorcdiv) September 12, 2022
“Na noite em que eu fiz [minha apresentação], era a de Ozzy Osbourne. E, de repente, ele tinha as [imita reverência] e eu tinha que me acochambrar à coisa. E eu senti que não era só comigo, era com todo mundo. Uma grande falta de respeito. Aí, no segundo, eu falei: ‘Quer saber? Não vou”, finalizou a roqueira.
O que disse Anitta sobre o Rock in Rio
Na noite de segunda-feira, um dia após o fim da edição deste ano do festival, Anitta alegou que os músicos brasileiros não recebem o mesmo tratamento da produção comparados aos estrangeiros. A carioca ainda ressaltou que, por esse motivo, se recusa a participar do Rock in Rio no país.
“Pergunte aos mais corajosos como são tratados quem é do Brasil e como é tratado quem é de fora. É como se estivessem fazendo um grande favor”, apontou.
A carioca também criticou que nenhum artista que canta funk foi colocado no Palco Mundo, o maior do Rock in Rio. “O funk só estava lá porque foi obrigado a ser engolido pelo festival…”.
“A reputação do festival com a indignação do povo se não tivesse funk não ia ser nada legal. Mas para o palco mundo, não tem (como foram as palavras mesmo?) ‘star quality'”.
Entre os funkeiros que se apresentaram no festival, Ludmilla investiu R$ 2 milhões no próprio show e encerrou o palco Sunset. A apresentação de Luísa Sonza, que flerta com o funk em algumas de suas faixas, também aconteceu no espaço.
Lexa cantou no Espaço Favela. Nomes como L7nnon, MC Poze do Rodo, Teto e PK, que misturam rap e funk, lotaram palcos menores. Alguns deles superaram o limite de público que os espaços suportavam.
Anitta se apresentou na edição portuguesa do festival, o Rock in Rio Lisboa, há alguns meses. A carioca citou o show e afirmou que só o fez a pedido dos fãs.
“Só fui ao RIR em Portugal porque sei que os portugueses estavam esperando há muito tempo e ficariam chateados se eu não fosse. Eu não piso neste festival [no Brasil] nunca mais. Só se um dia eles resolverem dar aos artistas que falam português o mesmo respeito que dão aos estrangeiros”.
Por Christiany Yamada
Fonte: UOL