Por mais que fosse afeito aos abusos que o rock n’ roll pode proporcionar, nós jamais iríamos imaginar que o cantor escocês Bon Scott fosse sucumbir ao álcool e drogas. A sua postura durona à la caminhoneiro passava uma sensação de invencibilidade, contudo, a história, infelizmente, nos conta outro desfecho – um bem triste, na verdade -, que foi sua morte prematura em fevereiro de 1980.
Em 2008, durante uma entrevista à revista Metal Hammer, o guitarrista do AC/DC, Angus Young, refletiu sobre a morte de Bon Scott. De forma bastante franca e emocional, Angus comentou que o mundo perdeu um grande talento, mas eles perderam um grande amigo.
“Quando Bon morreu, nós ficamos de coração partido”, disparou Young. “Sabíamos que o mundo havia perdido um grande talento e nossos fãs estavam devastados”, ressaltou. “Mas nós, como banda, perdemos muito mais. Nós perdemos uma pessoa com quem nos conectamos na vida; perdemos um amigo”, pontuou. “Honestamente, não sabíamos o que fazer conosco mesmos na época”.
O guitarrista completou: “O pai de Bon disse para mim e Malcolm: ‘Vocês devem continuar com o AC/DC. Vocês são jovens, estão à beira do grande sucesso e não podem se dar ao luxo de desistir agora’. E foi exatamente o que fizemos: encontramos Brian Johnson e seguimos em frente”.
Mesmo com toda a pressão das indústria musical, fãs e imprensa e o coração em frangalhos, os caras do AC/DC conseguiram dar a volta por cima com o álbum Back In Black, que saiu em 25 de julho de 1980.
O disco, cuja gravação rolou no Compass Point Studios em Nassau, Bahamas, sob os comandos Robert John “Mutt” Lange, já vendeu mais de cinquenta milhões de cópias ao redor do mundo. O trabalho, em termos de venda, só fica atrás de Their Greatest Hits (1971-1975), do Eagles, e Thriller, do Michael Jackson.