Os power acordes são a essência do rock n’ roll – evidentemente a de seu filho rebelde, o heavy metal, e a do menino bastardo, o punk rock! Em poucas palavras, os power acordes são harmonias compostas por tônica e quinta, no entanto, a música tem muito mais a oferecer ao som pesado.
Sabiamente, algumas bandas e músicos se aprofundaram no estudo e na aplicação de harmonias mais sofisticadas, e o resultado é uma saborosa pluralidade sonora.
O Angra, por exemplo, desde seu primeiro disco de estúdio, Angels Cry, de 1993, fez questão de incorporar uma maior complexidade musical em suas composições.
O líder e guitarrista da banda, Rafael Bittencourt, durante uma live em seu canal Amplifica, que tinha como convidado o ex-integrante do conjunto, Kiko Loureiro, falou sobre a inclusão de terças e sétimas em suas músicas.
“A gente começou a usar terças, sétimas, acordes invertidos, e isso não era comum. A gente pegou estas ideias do violão, nem sabíamos que dava para aplicar na guitarra. Nós não tínhamos nenhuma referência disso; o Rush, Yes e Iron Maiden não faziam nada disso.
São acordes dissonantes e difíceis de fazer soar bem em uma gravação, além disso, dá muito trabalho meter terças na música”.
Durante o bate-papo, Loureiro adicionou: “A música começou com tônica e quinta; às vezes, com oitavas. Depois chegou Scorpions botando terças maiores – menor, às vezes.
Depois disso, começaram a adicionar a nona, como faz o Queensrÿche e o Dream Theater e a gente [Angra], também. Vale dizer que as nonas são duas quintas! Depois a coisa evoluiu para as sétimas, ou seja, em três décadas a música vem evoluindo”.
Bittencourt arrematou: “Eu vejo isso como uma clara referência ao jeito que nós tocávamos violão; a gente foi tentando meter isto na guitarra. Mas como a gente não tinha referência, ficávamos na dúvida se podia ou não usar estes recurso na nossa música”.
Kiko, Kiko, ra ra ra!!!!!!!!!!