O debute do Angra, Angels Cry, colaborou para que a cena heavy metal brasileira não apostasse todas as fichas no Sepultura, que já gozava de grande popularidade por conta de discos como Beneath the Remains (1989), Arise (1991) e Chaos A.D. (1993).
Se o Sepultura era referência no thrash/death, o Angra, amparado pelo citado disco, que chegou ao mercado no dia 03 de novembro de 1993, tomou a responsabilidade de representar o metal tradicional e o power metal.
O objetivo foi conquistado com primazia e o status de disco de ouro foi apenas uma das vitórias alcançadas pelo álbum e pelo grupo.
Contudo, Angels Cry foi um álbum muito difícil de ser realizado. Em um antigo bate-papo com o nosso colaborador Marcelo Prudente, o saudoso Andre Matos falou brevemente sobre o processo de gravação do disco.
“Angels Cry foi um sacrifício para ser realizado e foi a primeira vez que nós gravamos fora do Brasil. Nós ficamos literalmente exilados durante meses na Alemanha gravando o álbum”, contou Andre.
“Em contrapartida, tivemos a oportunidade de conhecer pessoas incríveis como Kai Hansen (Helloween, Gamma Ray), sendo que foi no estúdio dele que aconteceram as gravações do disco”, lembrou o cantor.
“Trabalhamos com Sascha Paeth, que virou um amigo e parceiro para a vida, com o Charlie Bauerfeind, que era o produtor na época”, continuou.
“Mas não foi fácil o processo de superação, sendo assim, foi um álbum difícil de terminar”, explicou Matos.
“O material estava todo na mão, porém, vimos, realmente, a realidade de trabalhar com os gringos, com isso constatamos o quão era diferente a forma que trabalhávamos aqui no Brasil”, completou.
Mesmo com as dificuldades, Angels Cry superou o teste do tempo, visto que continua como um dos maiores registros do heavy metal nacional. E mais, é um álbum que criou hits do power metal como Time, Never Understand, Carry On e a faixa-título.
Curta alguns clássicos do álbum nos players abaixo: