Em conversa com os apresentadores Taynara Chagas e Yuri Danka, do canal Xablaw, o líder e guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, explicou a importância de tocar com Carlinhos Brown, Luísa Sonza e Ivete Sangalo, ou seja, com músicos de outros estilos musicais, que correm fora do campo heavy metal.
“Para o músico, isso é a coisa mais normal do mundo”, disparou Andreas. “Para o músico, nunca teve isso de divisão. Quando você é fã, você tem aquela coisa de ser radical”, acrescentou. “Eu já fui radical, não gostava de Devo e The B-52s; eu gostava de Iron Maiden”, continuou.
“Tem sempre as diferenças e divisões, mas, se você for pensar direito, todos esses termos e definições não foi nenhum músico que criou isso”, pontuou. “O Black Sabbath, quando estava fazendo o primeiro disco, não estava pensando em criar o heavy metal – nem existia esse termo”, ponderou.
“Quem criou o termo foi um DJ, um cara de rádio! Heavy metal, rock n’ roll, jazz e todos esses termos foram inventados por gente de fora, não foi um músico que inventou isso. Nós, músicos, não estamos preocupados com isso”, explicou.
“Pensa em We Are the World [música criada para em 1985 para levantar fundos para mitigar a fome na África], cada um veio de um planeta; cada faz uma história, e todo mundo ali se conectando de uma forma até não racional, aquela coisa do subconsciente artístico que une as pessoas”, destacou.
“O Rock Gol, por exemplo, foi uma coisa maravilhosa, pois eu pude assistir um jogo com Zeca Pagodinho de um lado e o Marcelo D2 do outro; tinha o Falamansa participando do nosso time com o RZO, e isso foi maravilhoso, com uma conexão linda”, recordou Kisser.
“Ali ninguém estava falando qual escala era melhor, se um toca melhor ou mais pesado. Não tinha isso! Cada um faz o seu e tem um jeito de se expressar. Então, para mim, isso sempre foi muito natural, foi um privilégio conhecer todos esses caras, todas essas bandas as quais toquei. Eu já ganhei prêmio na MTV de ‘arroz de festa’, e foi sensacional”, finalizou Andreas, em tom leve e de alegria.
Confira a entrevista na íntegra aqui: