Amon Amarth: Espírito Viking E Uma Viagem No Tempo Em Porto Alegre

Em 2017, a tecnologia impera na sociedade, os contatos são mais fáceis, os meios de transporte são mais rápidos e existe uma série infinita de vantagens que a era atual nos permite. No entanto, o Amon Amarth, como muitas bandas de heavy metal, nos leva a uma viagem ao tempo. Em sua primeira passagem por Porto Alegre, os suecos trouxeram todo o espírito nórdico e viking para o Bar Opinião. Para a longa turnê na América do Sul, o grupo está acompanhado dos norueguês do Abbath.

Um ótimo público comparece ao Opinião para os dois shows, nem o valor salgado dos ingressos (R$150,00) em um período de muitos shows na capital afastou os presentes.

O Abbath teve a missão de aquecer o público, com um grande histórico na banda Immortal, um dos maiores nomes do black metal mundial, o vocalista, Abbath Doom Occulta, trouxe seu novo projeto solo para América do Sul. Com um setlist de aproximadamente uma hora, apresentaram canções do álbum de estreia como To War, Ashes of Damned, Fenrir Hunts, Count the Dead e Winterbane, além de várias canções do Immortal como Nebular Ravens Winter, In My Kingdon Cold, Tyrants, One By One e All Shall Fall.

O grupo fez um bom show, Abbath se mostrou ser um bom e divertido frontman, conseguindo manter o público interessado e interagindo no show, mas ficou claro que os presentes queriam mesmo era presenciar o show do Amon Amarth.

Pontualmente às 21h, a música de introdução anunciava a chegada do Amon Amarth e que uma viagem ao tempo logo ia começar. Os riffs iniciais trouxeram um dos maiores clássicos do grupo logo na abertura: The Pursuit of Vikings, com o coro: “Oden! Guide our ships, Our Axes, spears and swords. Guide us through storms that whip and in brutal war,” o público cantou, pulou, bateu cabeça e embarcou rumo às conquistas do povo nórdico. E foi sem pausa que a banda tocou As Loke Falls, faixa do penúltimo álbum, Deceiver of the Gods.

O vocalista Johan Hegg se dirige a plateia e aparenta estar muito satisfeito com o público gaúcho a ponto de falar algumas palavras em português e dizer que está muito feliz com a atual turnê, e anunciou que tocarão algumas músicas novas do excelente álbum Jomsviking, onde mostra muito o lado cultural dos vikings, que hoje está mais popular com o sucesso da série Vikings.

First Kill narra a história de transição entre infância e idade adulta de um “filho de ninguém”. Já The Way of Vikings, a seguinte, fala do estilo viking de treinamento, onde até mesmo os melhores amigos dão seu o máximo para se superarem. A trinca de novas canções encerrou com At Dawn’s First Light. A boa recepção mostrou que Jomsviking foi bem recebido e assimilado pelos fãs do grupo.

A cadenciada Cry of Death Black Birds deu um leve descanso nos pescoços, mas durou pouco, a execução de Deceiver of the Gods agradou em cheio a todos logo de início, onde, em coro, acompanhavam o solo inicial da música. A pesada Tattered Banners And Bloody Flags foi a primeira do clássico Twilight of the Thunder God. O álbum Surtur Rising foi representado a seguir pela veloz Destroyer of the Universe, agitando os presentes e criando uma grande roda na pista.

Johan volta a conversar com os fãs e anuncia Death in… FIRE!, responde o público; ele fica nitidamente surpreso com a intensidade de todos e agradece mais uma vez os fãs e avisa que tem mais shows pelo Brasil, mas que, dificilmente, Porto Alegre seria superada, visto tamanha empolgação de todos. Death in Fire então é executada e extremamente bem recebida. A banda toca ainda Father of the Wolf, Runes to My Memory e War of the Gods, dando por encerrada a primeira parte do show.

Sem demorar muito, o grupo volta ao palco para o bis com todos os membros do grupo se dirigindo a beira do palco e agradecendo a presença de todos, e erguendo seus copos (em formato de chifre no melhor estilo viking) aos seus fãs fica a deixa para a música que viria a seguir, Raise Your Horns, mais uma de Jomsviking, que já se tornou um clássico do grupo. A frase: “We Will meet where the beer never ends” estava presente em diversas camisetas, a faixa é um grande tributo aos antepassados e tem um refrão grudento cantado por todos.

Por falar em refrão grudento, Guardians of Asgaard foi mais uma que teve grande repercussão, seu ritmo melódico e cadenciado, sem perder o peso característico, é uma das grandes composições do grupo. E para encerrar a noite teve o clássico, Twilight of the Thunder Gods.

A banda mostrou uma grande satisfação, era nítida a alegria de todos os membros com a recepção que tiveram, e nítido também era o grau de satisfação dos fãs que esperaram por tanto tempo para ver pela primeira vez o Amon Amarth.

O Bar Opinião já teve muitas noites históricas com o metal, o dia 30 de maio de 2017 é mais uma na lista. Que o Brasil siga recebendo os grandes nomes da música fortalecendo a base de fãs e realizando o sonho de todos nós.

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