O mundo da música, vez ou outra, presenteia o público com um ou outro artista capaz de ser precursor e o pioneiro de todo um gênero musical, trazendo uma nova estética e abordagem à música. E nesse seleto grupo está o gênio musical, Alice Cooper, que na já longínqua década de 70 rompeu os limites da época ao abrir uma nova faceta do rock n’ roll ao misturá-lo com os elementos dos temidos e fascinantes filmes de terror, assim como os ingredientes do extraordinário mundo circense.
Alice desenvolveu sua carreira tendo como base uma repleta gama de predicados, que permeiam fácil, fácil, entre a originalidade e a genialidade, o que o fez entrar, merecidamente, diga-se, para história da música contemporânea. E para sorte do público brasileiro, a Tia Alice trouxe esse irrepreensível e adorado circo dos horrores ao Rock in Rio 2017, com uma apresentação que merece, sem sombra de dúvidas, adjetivos como perfeita e impecável.
Escalado para o Palco Sunset da noite de ontem (21), Cooper não poupou esforços para entreter sua legião de fãs que se amontoava à frente do palco para conferir bem de perto à performance de Vincent Furnier e banda, que é formada pela bela e talentosa Nita Strauss (guitarra); Ryan Roxie (guitarra); Tommy Henriksen (guitarra); Chuck Garric (baixo) e Glen Sobel (bateria).
A pesada Brutal Planet fora a responsável por começar o maravilhoso circo dos horrores no Palco Sunset. Se Brutal Planet já dera uma boa ideia de que a apresentação de Cooper tinha todos os recursos para se imortalizar como a melhor da noite, as clássicas No More Mr. Nice Guy, Under My Wheels e Poison consagraram de vez tal expectativa.
Além da qualidade sonora e o aspecto técnico dos músicos, a performance de Alice Cooper foi recheada de momentos que, para o público fora do clima do show e ou carreira do músico, soou como um perverso e endemoniado circo dos horrores, onde capatazes foram responsáveis pelo degolamento e eletrocussão de Alice, por exemplo.
I Love Dead é uma ode sarcática a quem está sete palmos do chão; assim como os versos de Feed My Frankenstein que são de pura ironia ao mais famoso personagem morto vivo dos cinemas. Cold Ethyl e Only Women Bleed garantiram doses cavalares de saudosismo ao público, digamos, mais antigo. Como se precisasse abrilhantar ainda mais o show, o maravilhoso Arthur Brown, que é um dos gênios que divide reinado com Cooper no shock rock, e o legítimo rockstar Joe Perry participaram de Fire e ‘final act’, a maravilhosa e irrepreensível School’s Out.
Apenas o repertório curto pode ser apontado como uma bola fora, ou seja, querer apontar quaisquer outros poréns na apresentação de Alice Cooper será uma tarefa infrutífera a qualquer ser que tenha o mínimo de bom senso e ou que não tenha sido degolado ou eletrocutado pelos capatazes de Cooper, visto que o rei do shock rock tirou de sua cartola dos horrores a melhor apresentação de ontem (21) no Rock in Rio.