Há poucas certezas no mundo em que podem se firmar como regra, e uma delas é, sem dúvida, que a banda alemã, Accept, é a sua melhor aposta se o seu objetivo é se divertir em uma noite de sábado embalado numa trilha sonora de primeira. E foi dessa forma que o público carioca festejou a noite de ontem, (9), quando os alemães deram uma aula do que é o heavy metal.
Ainda na divulgação do ótimo álbum “Blind Rage”, a banda conseguiu arquitetar um repertório onde fora apresentado o suprassumo da atual fase, bem como os clássicos dos anos 1980, o que garantiu alegria dos fãs, que embora não lotasse as dependências do Imperator, agitaram e vibraram do primeiro ao último acorde da noite.
Se a lição era para ensinar o que é o metal, então nada melhor que rechear a aula com canções do teor de “Stampede”, “Stalingrad”, “Teutonic Terror”, “London Leatherboys”, “Dying Breed”, “No Shelter” e “Midnight Mover”, que fácil, fácil, ganharam eco na aplicada turma.
A legitimação do grande sucesso da atual fase do Accept pode ser diretamente atribuída à genialidade de Wolf Hoffmann (guitarra) e Peter Baltes (baixo) ao integrar à banda o ex-TT Quick, Mark Tornillo (vocal) – completa a banda Uwe Lulis (guitarra) e Christopher Williams (bateria). Não há a intenção de depreciar, tampouco paliar o trabalho dos vocalistas predecessores, mas é fato que Mark Tornillo trouxe dose extra de energia e talento ao som dos alemães, sendo uma das raras exceções onde o vocalista substituto consegue sobrepor o cantor “clássico”.
Canções tidas como clássicas como “Fast as a Shark”, “Metal Heart”, “Balls to the Wall”, “Restless and Wild” e “Son of a Bitch” ganharam acolhida perfeita na interpretação e voz de Tornillo, e na noite de ontem o vocalista teve como segunda voz os fãs cariocas, que cantaram cada verso e refrão provando também seu poderio sonoro.
Com quase duas horas de aula – ou show – o Accept provou o porquê de tanta adulação por parte do público e mídia. A banda está mais afiada do que nunca, e a prova foi os sorrisos estampado no rosto de quem se propôs sair de casa numa noite de sábado para assistir uma prazerosa aula de heavy metal.
Aos que cismam que apenas o ‘lineup’ clássico é digno de atenção e renegam a nova/atual fase do grupo o que lhes restam é o lamento. Já o público que consente “o novo Accept” e não pôde comparecer ao show, fica a certeza do breve retorno da banda aos palcos cariocas, visto a satisfação de se apresentar na cidade.
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Excelente resenha, muito bem escrita e com informações corretas, coisa rara no mundo de hoje, só discordo do Tornillo “sobrepor” o vocalista “clássico” hehe, mas discordar também faz parte né? Mas ele com certeza faz muito bem seu papel. No mais é isso, parabéns.