AC/DC superou a trágica morte de Bon Scott com o poderoso Back in Black

Quando uma banda popular perde seu vocalista, raramente ela volta a atingir o nível de sucesso que tinha antes da mudança de formação. A exceção mais notável a essa regra é a potência australiana AC/DC, que lançou o icônico álbum Back in Black em 25 de julho de 1980.

O disco foi dedicado ao falecido vocalista da banda, Bon Scott, que morreu em 19 de fevereiro de 1980, após uma noite de bebedeira. Apesar de terem ficado arrasados com a morte do amigo e por um breve momento considerarem encerrar as atividades, o AC/DC decidiu continuar com um novo vocalista.

Dois dias após o funeral de Scott, os guitarristas Angus e Malcolm Young continuaram trabalhando em novos riffs. Angus disse que voltar ao trabalho os distraiu da dor. Logo depois, eles fizeram testes com alguns cantores, incluindo Gary Pickford Hopkins, o vocalista do Easybeats, Stevie Wright, e Allan Fryer, do Fat Lip.

Ironicamente, quando o vocalista do Geordie, Brian Johnson, foi convidado a fazer um teste, ele não se interessou imediatamente. “Alguém ligou e me pediu para entrar nessa coisa, e eu apenas disse: ‘Não, já cai nessa antes'”, disse Johnson em 2011 (via Loudwire).

“Tive três sucessos no Top 10 com Geordie. E depois de três anos estávamos tão falidos quanto quando começamos. Foram dias difíceis! Eu trabalhava para uma empresa chamada Red Bus Records, cujo o lema era: ‘Você faz a música e nós ganhamos o dinheiro’.

Mas estava escrito em latim, então não conseguíamos entender. Eu apenas disse: ‘Não vou fazer isso de novo’. Eu estava longe de casa o tempo todo, sentia falta das minhas filhas. Então fiquei curioso e pensei: ‘Bem, qual é o problema em tentar’? Então fui lá, cantei com os meninos e… Boing”, continuou.

Enquanto a maioria dos outros candidatos ao teste cantaram Smoke on the Water, do Deep Purple, Johnson cantou Nutbush City Limits, da Tina Turner, e ganhou a aprovação imediata e o respeito dos músicos, já que gostaram do fato de Johnson ouvir diferentes estilos de música. E mais, na audição eles já estavam cansados de tocar Smoke on the Water.

Em 8 de abril de 1980, após duas audições, Johnson concordou em assinar um contrato de seis meses com o AC/DC, que seria avaliado após o término. Se em algum momento durante os seis meses a banda ou Johnson decidissem que a parceria não estava dando certo, eles poderiam romper o acordo. E é claro que isso nunca foi um problema, pois Johnson se encaixou perfeitamente no AC/DC.

A banda então começou a gravar Back in Black com Johnson e Mutt Lange no Compass Point Studios em Nassau, Bahamas. Para o cantor, acostumado a trabalhar de forma menos caótica, foi uma prova de fogo. Os irmãos Young escreveram grande parte das músicas no estúdio enquanto Johnson trabalhava nas letras.

O AC/DC lançou Back in Black com capa toda preta em homenagem a Scott. A princípio, a gravadora resistiu, mas depois concordou com o projeto. O álbum foi um sucesso imediato, atingindo o primeiro lugar na Austrália, Reino Unido e França e alcançando o quarto lugar nos Estados Unidos.

Back in Black continua forte até hoje, já que é um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos. Até o momento, o disco vendeu 22 milhões de cópias nos Estados Unidos e cerca de 50 milhões em todo o mundo.

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