A morte de Ronnie James Dio é uma ferida dolorida e incurável no heavy metal

Chegar no fantástico mundo do heavy metal algumas premissas são facilmente percebidas nas primeiras aventuras dentro do estilo. Um destes princípios é se dar conta do quão grandioso e caprichado é o trabalho artístico do saudoso Ronnie James Dio. Numa comparação bem simplória e despretensiosa é como começar a se interessar por futebol e se deparar com a genialidade dos também saudosos Edson “Pelé” Arantes do Nascimento e Diego Armando Maradona. É basicamente um novo e infinito cosmo de brilhantismo e sofisticação cultural que é apresentado ao público.

Poderíamos ficar por dias a fio tecendo comentários sobre os trabalhos do cantor no Elf, Rainbow, Black Sabbath, Dio e Heaven & Hell, visto que são baús repletos de preciosidades musicais. E mesmo que dispuséssemos a tal tarefa seria impossível esgotar a capacidade criativa de Ronnie; suas obras musicais contemplam imensidões de camadas e detalhes que são descobertos a cada nova audição.

Contudo, é importante jogarmos luz num outro aspecto pouco abordado pelos profissionais de imprensa e fãs sobre Dio, que é a sua personalidade. O vocalista foi uma das pessoas mais extraordinárias que já deu as caras no planeta terra. Os sortudos que puderam trocar uma ideia, mesmo de forma breve, com o cantor, podem atestar o quão amável e gente fina era o cantor.

Ao contrário de muitos músicos brasileiros e estrangeiros, Ronnie jamais colocou a vaidade, soberba e narcisismo como tônica de sua vida e trabalho. Um encontro com o vocalista era sinônimo de muitas risadas e diversão. Era um encontro pautado pela horizontalidade; ele nunca se vangloriou de ser o rockstar rico e famoso, tampouco taxou e tratou as outras pessoas como apenas NPCs sem importância e valor.

A morte de Ronnie James Dio é uma ferida incurável e dolorida no heavy metal. É uma lacuna que jamais será preenchida. O fio da vida do vocalista foi rompido de maneira muito prematura; para o nosso azar, a inteligência suprema dos universos considerou que era hora do gigante baixinho fazer a passagem para o mundo espiritual. A consolação que fica é poder curtir sua obra musical e a esperança é que possamos encontrá-lo em alguma outra dimensão para novas conversas e risadas.

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