O saudoso vocalista Andre Matos foi a base para a formação do Angra, que chegou a ser a mais importante banda de power metal do Brasil. Para tirar o grupo do papel e ganhar os palcos do mundo, o cantor teve a ajuda dos guitarristas Rafael Bittencourt e Kiko Loureiro, do baixista Luis Mariutti e do baterista Ricardo Confessori.
Depois de dois álbuns de sucesso, Angels Cry (1993) e Holy Land (1996), a relação entre os músicos não era das mais positivas. Havia uma grande tensão entre Andre e Rafael, em especial. Além disso, a comunicação para colocar todos os problemas em pratos limpos não era uma facilidade para os artistas, portanto, a relação entre eles era uma bomba certa de explodir. A única questão era: quando será a detonação?
A primeira erupção foi em 1997, após a Holy Land Tour, quando Matos deixou o conjunto após uma brincadeira de mau gosto, a qual consistia no boato de quererem tirar o cantor da banda. Andre, no entanto, levou a sério a tal brincadeira e resolveu sair do grupo de verdade.
O icônico frontman ficou fora do Angra por cerca de cinco meses. Ele só voltou para a empresa depois de um esforço conjunto de empresários, players do mercado fonográfico e amigos para convencê-lo a retomar aos trabalhos com seus antigos colegas de profissão.
Tempos atrás, em conversa com o apresentador Manoel Santos, do canal Ibagenscast, o diretor de cinema e amigo pessoal de Andre Matos, Anderson Bellini, analisou a relação do cantor com os caras do Angra. De acordo com Anderson, os músicos trocavam ofensas o tempo todo e o clima era péssimo nessa época.
“Quando o Andre tomava uma decisão, não tinha contrato que segurava ele. Ele voltou para fazer o Fireworks porque quis fazer. Mas ele já não tinha o mesmo carinho pela banda, ele já não queria estar ali. Ele voltou para ver se as coisas poderiam mudar.
É igual quando a gente está em um relacionamento com uma pessoa e tem a esperança de mudar [para melhor]. Mas quando a gente perde o interesse e até o respeito, como era o caso deles, as coisas ficam insustentáveis. Eles estavam trocando ofensas o tempo todo”.
Bellini completou em tom enfático: “Eu acho que ele saiu do Angra em 1997. Em 1998, ele fez o Fireworks como uma tentativa. A gente tem uma prova documental disso. Achamos nas coisas do Andre um caderno com anotações.
Era até onde ele escrevia as letras das músicas. Tinha ali a letra de Fairy Tale, com a data de fevereiro de 1998, o que prova que a música foi composta para o Fireworks. Tinha letras de músicas do Virgo, também. Ele estava trabalhando nos dois projetos ao mesmo tempo”.
Veja a fala completa de Anderson Bellini no player a seguir: