Fernanda Lira é uma musicista que começou, profissionalmente, a carreira na Nervosa, que é uma banda cujas raízes estão fincadas no thrash metal. Com ímpeto de ir além, a vocalista e baixista deixou o grupo para fundar a Crypta, que tem o som focado num mix entre black e death metal.
Nos dois empreendimentos, Lira sempre fez questão de dar um caráter mais profundo as suas letras, tratando, inclusive, de temas políticos, saindo do teor pseudo trevoso que algumas bandas dos citados estilos cismam abordar.
E por falar em assunto político, a frontwoman concedeu uma entrevista ao podcast Metalks e expôs sua felicidade e orgulho em ver muitas mulheres tomando protagonismo na cena heavy metal [conforme transcrição feita pelo RockBizz].
“Sou assumidamente feminista e carrego com orgulho a bandeira de ser mulher”, afirmou Fernanda Lira. “Consigo ver a importância da Crypta, Nervosa e de várias outras mulheres que estão tocando em bandas. Eu entendo a importância que existe nisso”, ressaltou.
“Muita gente me pergunta se eu me incomodo de enfatizarem que são quatro mulheres e sempre ter esse “label” (rótulo); antes, eu me incomodava com o [rótulo] all female death metal e achava que todo mundo é igual, mas, na verdade, não somos iguais, falta uma caminhada”, pontuou.
“Tenho muito orgulho, é uma classificação que carrego com muito orgulho, é uma bandeira que carrego com muito orgulho, porque só nós, mulheres, dentro do metal, sabemos as dores e os prazeres de ser uma banda só de mulher dentro do metal”, explicou.
“A gente luta batalhas muito específicas por sermos mulheres no metal. Banda só de mina? Eu levanto esta bandeira, porque eu sei que, ser uma banda só de mina, precisamos passar por coisas muito específicas como ser bloqueada de entrar no próprio camarim, porque acham que somos groupies.
Uma vez por turnê isso acontece e temos que provar que somos da banda. Os caras têm que aprender que mulher toca, também”, completou.
Eis o bate-papo na íntegra aqui: