Iron Maiden E Anthrax No Rio: Festança Metal Abre Turnê No País

Poucas coisas são melhores que um bom show para dar aquela animada na semana e nos ânimos, e nisso o público carioca não pode reclamar, pois, na noite de ontem, 17, foi agraciado com não só um, mas três shows, que deram aquela injeção de adrenalina e disposição.

Tal tarefa foi efetuada com êxito porque, afinal, no palco estava um dos maiores expoentes do heavy metal mundial, o Iron Maiden, e como não bastasse estava em companhia de um dos pilares do thrash metal, o Anthrax, e um representante da nova safra da música pesada, o The Raven Age.

O primeiro ato da noite começou com os acordes da banda The Raven Age, que mesmo dispondo de pouco tempo de estrada tem se revelado uma grata surpresa por onde tem passado. Os britânicos conseguiram cativar o respeito do público carioca arrancando aplausos e aprovação a sua música.

Anthrax

Com rápida mudança de palco, o segundo ato logo, logo, ecoou pela arena HSBC, já com capacidade caminhando para sua lotação máxima, quando o expoente do thrash, Anthrax, trouxe o peso e a velocidade dos hits “Caught in a Mosh” e “Got the Time”, ostentando o porquê de ser um dos baluartes dentro de seu gênero musical.

Os americanos estão na divulgação do novo álbum, o interessante “For All Kings”, que foi muito bem representado pelas canções “Evil Twin” e “Breathing Lightning”. Mesmo com tempo reduzido de apresentação, a banda conseguiu compor um repertório vibrante, equilibrando o jogo com material novo e clássicos de sua carreira.

Iron Maiden

Dispondo de uma produção de palco belíssima com conceito e grafismos remetendo à cultura maia, troca de ‘backdrop’ a cada canção, participação do mascote Eddie e do próprio capiroto e labaredas de fogo que o ato final, ou se preferir o ‘grand finale’, estava ambientado para celebrar uma noite que ficará na memória dos cariocas.

Foi com a novíssima, “If Eternity Should Fail”, que a instituição Iron Maiden deu o pontapé para divulgação e celebração, em solo brasileiro, do novo disco, o ótimo “The Book of Souls”. “Speed of Light”, o primeiro single do novo álbum, foi um convite, aceito diga-se, ao público, que já lotava a arena, a cantar cada verso e refrão da canção.

Com o carisma e nobreza que lhe é peculiar, o vocalista Bruce Dickinson – completam a banda Steve Harris (baixo), Dave Murray (guitarra), Adrian Smith (guitarra), Janick Gers (guitarra) e Nicko McBrain (bateria) – deu as boas-vindas aos fãs e não perdeu a oportunidade, ao pegar a bandeira brasileira, jogada por um fã, de dizer que tem visto muito a bandeira do país nos noticiários e que espera que os caras maus se fodam, sejam eles quem forem. Dado recado, o show voltou ao que realmente interessava a todos, a celebração da mais cultuada banda de heavy metal.

As quatro décadas de carreira gabaritam o grupo a produzir um espetáculo que zela pelo bom gosto na composição do repertório, o que foi fácil, fácil, comprovado com a combinação das irrepreensíveis “Children of the Damned”, “Powerslave”, “The Number of the Beast”, “Hallowed Be Thy Name”, “The Trooper”, “Fear of the Dark”, “Iron Maiden” e “Wasted Years” em perfeita sinergia com as canções do teor de “Tears of Clown”, “The Book of Souls”, “Blood Brothers”, “Death or Glory” e “The Red and the Black”.

Falar da proficiência da Donzela de Ferro, bem como habilidade individual dos músicos, é uma tarefa fora de questão, visto que o grupo está na posição de vanguarda não à toa, mas por impor e imprimir, em cada passo de sua carreira, uma qualidade rara, o que foi, mais uma vez, comprovado em noite de festa e diversão para banda e público, que mostrou que sabe festejar, e muito, e que uma festança durante semana cai como uma luva.

Por Marcelo Prudente

Fonte: Território da Música

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