E se o Judas Priest ou o Iron Maiden fosse uma banda de death metal? Como seria isso? Pois a ótima série de covers do Six Feet Under ganha mais um capítulo, literalmente de peso, em sua coleção e responde essa pergunta.
Depois de dar a sua versão a vários clássicos pesados e ao álbum Back In Black (AC/DC), em Graveyard Classics IV: The Number of the Priest, Chris Barnes e sua banda decidem fazer uma homenagem a dois dos mais famosos conjuntos de heavy metal de todos os tempos. O subtítulo do disco deixa claro quem são: Iron Maiden e Judas Priest.
Com 11 faixas, o Six Feet Under desfila a sua já tradicional qualidade em fazer suas adaptações para o death metal. A primeira parte é dedicada ao Judas Priest, e logo na abertura tem Night Crawler, faixa de Painkiller e um dos maiores álbuns da história da música mundial.
O tom mais pesado das guitarras soa muito bem e encaixa perfeitamente, o que mais se estranha é a comparação vocal. Lógico que não podemos esperar nada diferente disso, mas comparar a potente voz de Rob Halford com os guturais de Chris Barnes soa estranho ao ouvido.
Starbreaker, do álbum Sin After Sin, é a próxima, e a essa altura já nos habituamos aos vocais guturais e as guitarras mais pesadas. A canção soa com mais naturalidade e é mais uma bela versão do Six Feet Under. Genocide, do álbum Sad Wings of Destiny; Invader, de Stained Class; Never Satisfied, de Rocka Rolla, completam a homenagem ao Judas Priest.
O repertório de Iron Maiden é variado, ao contrário do que o nome do álbum sugere, ele abrange diversos discos do Iron Maiden e não apenas The Number of the Beast. Se o comparativo vocal com Halford já era estranho, com Bruce Dickinson e Paul Di’Anno é ainda mais, mas o Six Feet Under faz com maestria aquilo que se propõe.
Murders in the Rue Morgue (Killers), Prowler (Iron Maiden) e Flash of the Blade (Powerslave) são as três primeiras e servem de adaptação, essa última já é de fácil audição, na sua versão original Bruce apresenta vocais mais fortes que o seu tradicional. Um dos grandes clássicos da banda também está presente, The Evil that Man Do é a representante do ótimo álbum, Seventh Son of a Seventh Son, e ficou ótima.
Stranger in a Strange Land, de Somewhere in Time, é a penúltima do disco e com levada mais cadenciada se encaixa perfeitamente no estilo do Six Feet Under. A última versão é para Total Eclipse, faixa bônus de The Number of The Beast, outra que ficou muito bem adaptada ao estilo da banda.
Graveyard Classics IV: The Number of the Priest é muito mais um álbum para os fãs de death metal do que para os fãs de Iron Maiden ou Judas Priest, mas é um ótimo registro e uma grande homenagem de um dos expoentes do heavy metal mundial às bandas que influenciaram a sua formação.
Tracklist de Graveyard Classics IV: The Number of the Priest:
Judas Priest
01. Night Crawler
02. Starbreaker
03. Genocide
04. Invader
05. Never Satisfied
Iron Maiden
06. Murders in the Rue Morgue
07. Prowler
08. Flash of the Blade
09. The Evil That Men Do
10. Stranger in a Strange Land
11. Total Eclipse
Nota: 8,5