Do som de garagem feito na casa dos pais aos mais pomposos e celebrados palcos do planeta, o Van Halen passou pelos mesmos perrengues que todo aspirante a astro do rock enfrenta como show vazio, equipamento ruim e ou com defeito, produtor mão-leve, cerveja quente, pizza fria e tantas outras adversidades.
Mas o quarteto acreditou em sua arte e, aos poucos, viu sua realidade mudar. O boca a boca dos fãs tratou de fazer uma publicidade orgânica aos jovens, assim, o nome Van Halen fora ganhando corpo e expressão na cena musical californiana da segunda metade dos anos 1970.
O primeiro full length, que fora homônimo ao grupo, saiu em fevereiro de 1978. O sucesso foi imediato e catapultou a banda para a nova sensação do mercado rock n’ roll.
Embora todos os quatro integrantes fossem peças fundamentais para as engrenagens do conjunto, o guitarrista Eddie Van Halen era a gema da banda, o indivíduo de brilho especial que revolucionou a estética e a forma de se tocar guitarra – e tal diferencial foi sabiamente explorado pelos caras.
O disco de estreia, que ao longo dos anos passou das dez milhões de cópias vendidas, colocou os meninos no mapa; o sucesso foi assegurado por Van Halen II (1979), que chegou para provar que o sucesso do conjunto não era um mero capricho do acaso.
Women and Children First (1980), Fair Warning (1981) e Diver Down (1982) venderam bem e ajudaram a manter a marca Van Halen no radar do público.
Mas para subir ao próximo nível, extrapolar as jurisdições do rock, o quarteto precisaria abraçar uma veia essencialmente mais pop, com inclusão e grande espaço para as linhas de teclado, por exemplo, e assim fora feito no excelente 1984.
Neste momento da carreira, o Van Halen passou a frequentar as paradas de sucesso em que só desfilavam nomes do pop como Madonna, Lionel Richie, Prince, Michael Jackson e afins. As rádios se viram obrigadas a tocar inúmeras vezes os mega hits Jump, Panama e Hot For Teacher em suas programações diárias.
O som festivo, praiano e caloroso de 1984 foi a prova definitiva de que o rock n’ roll podia – e deveria – entrar nas raias do alto escalão da música global. E foi o sinal de que a década de 1980 ainda traria grandes clássicos ao rock e metal.