Poucos dias atrás, o guitarrista Dennis Stratton pintou aqui em nossa casa para relembrar sua breve passagem pelo Iron Maiden. A intenção do artista era mostrar sua arte aos públicos de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Florianópolis, Goiânia e Ribeirão Preto.
Porém, o desenrolar da história foi bem diferente e aquém do esperado; na verdade, o enredo que embalou sua passagem pelo Brasil foi infeliz e coalhado de falhas. Shows cancelados e apresentações com produção mambembe foram os pilares de sua aparição por cá.
Os pormenores sobre os espetáculos e sobre a turnê de Stratton outros veículos já se debruçaram amplamente, portanto, não será o foco de nossa reflexão neste momento. Citamos o episódio, já que é a mais recente cilada que rolou no fantástico mundo da música pesada brazuca.
A nossa pretensão é essencialmente jogar luz, mais uma vez, sobre o amadorismo e a babilônia que é a cena rock n’ roll e heavy metal brasileira.
Profissionalismo; compromisso; responsabilidade; clareza nas metas a curto, médio e longo prazo; objetividade e interlocução sem ruído com o público e mídia parecem um propósito abstrato para muitos produtores atuantes em nosso país; todavia, são requisitos básicos para se fazer qualquer tipo de evento, mas que passam a muitas léguas de distância de alguns produtores.
Não precisa este ou aquele produtor ficar bravo com a nossa crítica, fechar a cara, mandar ‘dm’ e fazer textão nas redes sociais declarando aos quatro ventos que faz tudo certinho. Calma lá!
Há, pois, muita gente séria no nosso mercado, temos a plena noção e consciência disso, as ponderações e os puxões de orelha são direcionados a quem adora pisar na bola com o público e jogar contra o mercado doméstico, então, relaxa caso não tenha culpa no cartório, ok?
A cena rock e metal nacional não pode mais se equilibrar em gelo fino! Passou mais do que da hora de pesar a balança para o lado positivo: seja do mais ínfimo detalhe ao ato mais amplo, tudo deve ser submetido ao crivo do capricho, da responsabilidade e do profissionalismo.
Nós não precisamos de episódios do teor do bizarro Metal Open Air, tampouco institucionalizar a desorganização de tal evento como parâmetro de estratégia e ação, pois os frutos deste modelo são amargos, e isto já foi mais do que provado.
Certos produtores adoram aderir à síndrome de Menino Charlinho, a qual o coitadismo é a tônica da vez e o verniz de pobre coitado logo é abraçado pelos envolvidos.
Bem, o esquema é deveras simples: ninguém é obrigado a fazer um evento, show ou festival de música, a pessoa/empresa que o queira tirar do papel precisa ter no mínimo uma boa estrutura financeira; intimidade com a mídia; fornecedores titulares e backups e, evidentemente, muita inteligência emocional e doses cavalares de paciência para resolver os mais diferentes pepinos.
Estes itens elencados logo acima, por mais óbvios que possam parecer, são os mais básicos para a realização de qualquer evento na seara musical, entretanto, não são contemplados por alguns aventureiros irresponsáveis.
Ou seja, se não os têm, não se aventure no mercado, pois vai fazer feio e deixar muitas pessoas aborrecidas com sua leviandade, portanto, deixe o trabalho para quem entende da coisa.
Isto posto, ser profissional, esquecer o lamentável jeitinho brasileiro, que é pautado pelo remendo inescrupuloso, e assumir com compromisso as rédeas do negócio vai garantir a boa qualidade e longevidade da cena brasileira de rock e metal, e isso já passou da hora de acontecer.
Estive no show em Ribeirão Preto e foi muito bom.
Falem por vocês.
Em Goiânia, no pub Bolshoi, o show foi fantástico
Exatamente! Apresentação, acústica, qualidade do som e iluminação, tudo de primeiro mundo. E um público seleto em uma casa pequena e acolhedora. Quem duvida é só procurar a íntegra do show no YouTube. Bolshoi Pub mais uma vez ensinando como se faz!
Texto complicado para dizer que a cena do rock no Brasil está escassa.
Rock ainda existe?
Sim, para quem gosta sempre vai existir!
O show de Brasília foi sensacional, profissionalíssimo, nada a reclamar
O grande lance é parar com esse tipo de show caça níquel,trazem um determinado artista,juntam um grupinho seleto de músicos aqui do Brasil,quase sempre da mesma panela,aí se vende esse show como se fosse um evento magnânimo,o melhor do mundo e acabam passando longe disso e essa prática tem aumentado por aqui, vide Ripper Owens,Vinnie Appice(vergonhoso),Paul Dianno,Jeff Scott Soto e por ai vai,esse nosso complexo de vira latas tem que acabar,só quem se da bem com esse tipo de evento é o organizador da GIG,enfim,todos são vergonhosos…
Faço das suas palavras, as minhas. Iria comentar algo nesse sentido.
Soy Iron raiz
Paul di’ Anno foi muito feliz nas levadas
Com sua saída foi-se meu entusiasmo.
O problema é trazer artistas de pouco conhecimento no país, óbvio que o cara tem relevância por sua passagem no Iron, mas que tá afim d desembolsar 200 pilas pro show de um artista que poucos conhecem a carreira musical?? O amadorismo fica por conta de quem trouxe o artista sem antes fazer uma pesquisa de mercado e ver se teria público suficiente para ele?? Pelo que vi ele ainda teve um público relevante e devia estar feliz por isso… Aí um bando de mané dizendo que o Brasil não tem publico pra rock, sendo que tem muuuito show que esgota bilheteria meses antes … se querem cobrar bem e ver quantidade, entram tragam qualidade !!
Exatamente! Tacam um ingresso a preço de rim, daí o evento flopa, e ainda saem dizendo que o cenário do rock está morto. Mas engraçado que no underground sempre lotam os shows
Olha ouvi vários críticos falando um bolão, menosprezando e tals..
Totalmente diferente do q vi nos vídeos.. porra o próprio Stratton tava felizao tocando..! E é isso q importa, independente de qlqr ideia.. o som n tava tosco como falaram tres críticos lamentavelmente “famosos”.. gostei dos vídeos q vi. !
Puta que pariu … Eu não entendo um sujeito que sai de casa pra ver o Iron. Imagina pra ver um cara que só participou da banda por 5 meses, e, depois, nunca fez mais nada. A palhaçada já começa aí. O resto o furada bônus
Lamento incomodar, mas usar uma expressão africana “mambembe” que se refere ao teatro itinerante como algo negativo, pejorativo, associado a algo inferiorizado em técnica ou organização, retrata o racismo cultural expresso por um veículo influenciador de opiniões. Desinformação maquiada. O metal já está repleto desse viés ideológico eurocêntrico e supremacista. Desculpe fugir do tema da matéria, mas não podemos naturalizar esta apropriação.