Live After Death, do Iron Maiden, é o álbum em que o rock pauleira nunca cessa

Em 1985, o Iron Maiden já era um grupo com certa milhagem, experiência e com um currículo de causar inveja nos amiguinhos. Naquela altura da carreira, discos de estúdio como Iron Maiden (1980), Killers (1981), The Number of the Beast (1982), Piece of Mind (1983) e Powerslave (1984) já engrossavam sua discografia.

Porém, um registro ao vivo que fizesse jus à sua reputação estava faltando, visto que a pérola Beast Over Hammersmith sofreu com diversos problemas técnicos, com isso não vislumbrou a luz do Sol – é possível, pois, assistir cerca de 46 minutos do que fora registrado no YouTube, mas o áudio e imagem não são lá de primeira qualidade.

Conterrâneos da Donzela de Ferro já tinham colocado na praça álbuns ao vivo que fizeram a alegria da molecada. Motörhead deixou a garotada surda com o poderoso No Sleep ‘til Hammersmith, lançado em 1981; Judas Priest também ostentava com orgulho seu potente Unleashed in the East, de 1979; sem contar as pratas da casa: Deep Purple e Thin Lizzy, que tinham nas costas Made in Japan (1972) e Live and Dangerous (1978), respectivamente.

O Maiden precisava urgentemente resolver essa demanda! O ‘timing’ do quinteto foi apenas perfeito, já que no citado ano os meninos estavam divulgando um de seus mais importantes trabalhos de estúdio, o Powerslave, assim exibiam assombrosa sintonia no palco, apesar do cansaço de estar na estrada há tanto tempo estivesse cobrando um preço altíssimo, que chegou, inclusive, a colocar a sobrevivência do grupo em risco.

Em Long Beach Arena, em Long Beach, Califórnia, Estados Unidos, o Iron alcançou o ponto mais alto da World Slavery Tour. Está bem, está bem… Tem o show realizado no primeiro Rock in Rio, em janeiro daquele ano, que foi deveras especial. Mas a cereja da tour foi a gravação dos quatro shows realizados na Long Beach Arena – as apresentações rolaram entre os dias 14 e 17 de março de 1985.

O material registrado serviu de pano de fundo para o que viria se chamar Live After Death. O LP duplo – pois é, na época se chamava assim – chegou ao mercado em 14 de outubro daquele mesmo ano, isto é, foi como um presentinho de Halloween aos fãs, que poderiam se fartar de doce e música no trick or treat.

Live After Death é o álbum em que o rock pauleira nunca cessa; é o disco para deixar os pais, vizinhos e amigos desassossegados, pois é uma obra musical que instiga o ouvinte a aumentar o volume de modo sutil e descompromissado, e, quando se dá conta, o quarteirão inteiro está ouvindo de forma compulsória os riffs, solos e versos de Aces High, Flight of Icarus, Revelations, The Rime of the Ancient Mariner e Hallowed be Thy Name. É a Besta torturadora à solta e em ação!

Na época, o disco vendeu toda sua prensagem e, até hoje, continua sendo reeditado, e saindo tão bem quanto antes. Eleito por muitos headbangers como a obra-prima ao vivo do Iron Maiden, o álbum conseguiu o feito de igualar o páreo aos trabalhos citados no começo desta matéria.

Outra lição que a Donzela de Ferro reforçou em Live After Death é que não brinca em serviço! E a receita de seu sucesso deve-se sobretudo a sua forte música e sua incrível presença de palco. O heavy metal nunca esfriou, e um dos responsáveis por isso é o Iron Maiden.

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