A importância do Black Sabbath para o desenvolvimento do rock n’ roll, para a diversidade musical do período contemporâneo e para a quebra de paradigmas no meio cultural e social é algo incomensurável; é simplesmente impossível tabelar tal grandeza artística, no entanto, é totalmente plausível experimentar sua opulência dando uma bela navegada em sua discografia.
Apesar dos muitos momentos de glória, o Sabbath precisou lidar com muitos obstáculos, durante boa parte de sua carreira. Um desses contratempos foi no posto de vocalista, que é uma das funções mais importantes de uma banda de rock e metal, pelo menos; e um dos cargos mais complicados e sensíveis de realizar troca de membros.
Mesmo correndo grandes riscos e flertando com a desaprovação do público, a banda promoveu, ao longo de muitos anos, uma verdadeira dança das cadeiras no posto de vocalista. Logo, não era um contrassenso considerar o grupo como a Casa da Mãe Joana, pois dava a ideia de que podia-se entrar e sair do conjunto sem um pingo de reserva e ou constrangimento.
Sendo assim, vamos relembrar os 10 vocalistas que passaram pelo Black Sabbath. Uns deixaram bastante saudade; outros já foram embora tarde demais; Além disso, teve a turma que nem esquentou o banquinho direito e precisou passar no RH para assinar a rescisão e pegar o caminho da roça.
1. Ozzy Osbourne (1968–1977, 1978–1979, 1985, 1997–2006, 2011–2017) – O Príncipe das Trevas foi o cantor original e um dos vocalistas que mais gravou discos com a banda. No currículo há trabalhos como Black Sabbath (1970), Paranoid (1970), Master of Reality (1971) e Vol. 4 (1972).
2. Dave Walker (1977-1978) – Ozzy estava sem ânimo e motivação para continuar na banda, sem contar no estado físico e emocional em frangalhos, devido aos abusos de substâncias que faria o próprio capeta correr de medo.
Ozzy saiu fora e Walker chegou com a missão de ocupar a vaga do Madman; durou pouco a parceria entre ele e o grupo, pois Osbourne retornou ao seu posto para mais uma tentativa de virar o jogo.
3. Ronnie James Dio (1979-1982, 1991-1992) – Com a genuína demissão do Madman, Dio veio como o salvador da banda e ajudou a colocar na praça Heaven And Hell (1980) e Mob Rules (1981). Depois de sair brigado com os amiguinhos, em 1982, Ronnie ainda fez um repeteco no começo dos anos 90, que rendeu Dehumanizer (1992), mas saiu, novamente.
4. Ian Gillan (1982-1984) – Parceria firmada no boteco e à base de muito, muito goró, ou seja, não tinha como ir muito longe. A união entre Tony Iommi e Ian Gillan só rendeu o disco Born Again (1983) e alguns shows, digamos, desastrosos e com pouquíssima plateia.
5. Ron Keel (1984) – Com o fim da era Gillan, Ron chegou com a missão de ajudar apagar o incêndio na banda, mas só gravou algumas demos com o Sabbath. O produtor Spencer Proffer não curtiu o estilo vocal do rapaz e pediu seu desligamento, que fora prontamente atendido por Toninho.
6. David Donato (1984) – Donato ficou no conjunto por cerca de seis meses e fez algumas demos do que seria o álbum The Eternal Idol. David não foi demitido por conta de uma inadequação ao estilo do Sabbath; Iommi encerrou brevemente as atividades da banda em 1985, assim, o rapaz precisou cantar em outra vizinhança.
7. Glenn Hughes (1985-1986) – Iommi queria deixar o Sabbath descansando, recuperando as energias, e seguir numa carreira solo; para isso, chamou o parça Glenn Hughes para fazer um álbum, que seria mais voltado ao hard rock.
A gravadora, no entanto, relutou e não aceitou tal ideia, pois temia baixa venda de cópias do trabalho por não ter a marca Black Sabbath estampada na capa. Deste modo, o filho “ilegítimo” da banda, Seventh Star (1986), conheceu a luz do Sol.
8. Ray Gillen (1986-1987) – O que Gillen tinha de talento vocal, tinha de afrontoso, vaidoso e egocêntrico! Estas últimas três características, com a adição de álcool e drogas, formam uma equação perfeita para ser mandado embora de qualquer banda.
O rapaz fez vários shows com o grupo e chegou a fazer uma versão bastante avançada de The Eternal Idol, mas, com a sua demissão, o trampo foi refeito pelo guerreiro que assumiu a vaga.
9. Tony Martin (1987-1991, 1993-1997) – Em meados dos anos 80, diante de tanta inconstância na formação e problemas financeiros, o Sabbath era sinônimo de um navio naufragado; quase ninguém queria ter contato e ou ser vinculado ao grupo. Martin, todavia, aceitou o desafio e ajudou a dar vida a trabalhos como Headless Cross (1989) e Tyr (1990).
O músico foi convidado a se retirar para a volta de Dio no comecinho dos anos 90, porém, pouco tempo depois, retornou ao grupo, já que a cooperação do BS e Ronnie tinha ido para o brejo, de novo. Em sua segunda encarnação com os caras, Tony ajudou a criar as obras Cross Purposes (1994) e Forbidden (1995).
10. Rob Halford (1992, 2004) – O Metal God salvou o Sabbath em duas ocasiões: primeira, em Costa Mesa, o Sabbath estava abrindo duas apresentações para a banda de Ozzy Osbourne, que divulgava a No More Tours; o frontman do Sabbath na época, Ronnie James Dio, se recusou a entrar no palco, com isso Halford deu uma ajuda aos compatriotas.
Já a segunda vez foi no dia 26 de agosto de 2004, em Nova Jérsei, quando Ozzy teve uma grave crise de bronquite e não pôde se apresentar.