Black Sabbath: Vol. 4 foi o limite das loucuras hedonistas de Ozzy, Tony, Geezer e Bill

Após lançar três impecáveis álbuns de estúdio, o Black Sabbath alcançou um certo nível de sucesso e decidiu fazer algumas mudanças para o seu quarto trabalho, intitulado Vol. 4, resultando no que eventualmente se tornaria o disco mais elogiado pela crítica em todo seu catálogo.

Tendo se destacado nos Estados Unidos até então, a banda mudou-se para Los Angeles para gravar o álbum no Record Plant enquanto morava em uma mansão no bairro de Bel-Air de propriedade de John du Pont, herdeiro da fortuna Du Pont, que mais tarde seria condenado por assassinato. Vol. 4 seria o único álbum do Sabbath com a formação original a ser gravado em Los Angeles.

“Todos nós gostávamos de Los Angeles”, lembrou o baterista Bill Ward anos depois. “Sentimos que era bastante descontraído lá, então provavelmente ficamos atraídos pelo fato de que tinha um ritmo muito mais lento e podíamos realmente relaxar”, ressaltou.

Composta por seis quartos, sete banheiros, uma piscina e uma sala de cinema em que eles se reuniam para ensaiar e escrever, a mansão também foi o marco zero do consumo de grandes quantidades de drogas, durante a criação do que foi provisoriamente intitulado Snowblind, uma referência velada à cocaína, droga preferida do Black Sabbath na época.

“Eu estava colocando tanta coisa no nariz que tinha que fumar um saco de maconha todos os dias só para impedir que meu coração explodisse”, disse o vocalista Ozzy Osbourne sobre o período em sua autobiografia, I Am Ozzy. “Seria quase impossível saber a quantidade de cocaína que consumimos naquela casa! A certa altura, estávamos consumindo tanto que precisávamos que ela fosse entregue duas vezes por dia”.

Osbourne disse que, além da cocaína, comida, álcool, groupies – basicamente tudo o que a banda precisava para viver – seriam levados para a residência, não deixando nenhum motivo para eles deixarem o local, o que gerou muitas festas. Mas havia um álbum a ser gravado, e desta vez as apostas eram maiores porque o grupo decidiu pela primeira vez produzir o álbum sozinho.

“Não é que estávamos fartos de Rodger Bain [produtor dos três primeiros álbuns do Sabbath], ele era bom”, disse Tony Iommi em sua autobiografia Iron Man: My Journey through Heaven and Hell with Black Sabbath. “Mas já tínhamos feito tanto trabalho de estúdio que sentimos que nós mesmos poderíamos fazer”, pontuou.

Vol. 4 trouxe novos elementos ao Black Sabbath, ao lado dos familiares ritmos lentos em Wheels of Confusion e carregados de destruição em Cornucopia, havia a breve, mas descontroladamente mutável, St. Vitus Dance; elementos de experimentação em FX e a balada incomum de Changes.

Lançado em 25 de setembro de 1972, Vol. 4, para um trabalho criado no melhor – ou pior – estilo Sodoma, se saiu bem com a crítica e nas paradas do Reino Unido e dos Estados Unidos. Foi uma das últimas grandes conquistas do Black Sabbath antes que as brigas internas assumissem o controle e o vício em drogas criasse uma barreira irreversível na banda.

“Olho para trás agora e penso naqueles dias como os melhores que já tivemos”, disse Osbourne ao jornalista Mick Wall. “É engraçado como esse sentimento passou rapidamente e de repente eles se transformaram em nossos piores dias”, concluiu o Madman.

Fonte: Loudwire

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