De forma bastante resumida, a história de Dave Mustaine, poderoso chefão do Megadeth, pode ser dividida em cinco atos: primeiro, infância pobre e desafiadora, com pais abusivos e alcoólatras, o que o proporcionou pouca ou nenhuma base familiar; segundo, garoto problema e briguento que não parava em nenhuma escola por suas badernas e confusões e pelas constantes mudanças do clã Mustaine.
Terceiro ato é a luz no fim do túnel viabilizada pela música; quarto momento do músico poder ser uma espécie de extensão do terceiro, já que, na companhia de James Hetfield e Lars Ulrich, formou o lendário Metallica, mas foi chutado para fora da brincadeira pelos amiguinhos por não saber se comportar – lembra das brigas e confusões? Então, o espinhento Dave ainda adorava um pega pra capar.
Quinto ato é a volta ao fundo do poço, lugar em que passou boa parte de sua infância e juventude, mas, imbuído pelo espírito de dar a volta por cima, criou a bomba atômica do thrash metal, o Megadeth.
Como diz o ditado popular: o resto é história! O músico se tornou o frontman de uma das maiores bandas da música pesada. Com técnica e musicalidade muito acima da média nas seis cordas, Dave foi esperto ao conduzir o som de sua banda tendo as linhas de guitarra como protagonista.
Assim sendo, lançou músicas que são uma verdadeira “faculdade de música”, visto a complexidade de arranjo e execução. Destrinchar os pormenores de obras como Hangar 18, Wake Up Dead, Peace Sells, Holy Wars… The Punishment Due e Tornado of Souls vão garantir horas e mais horas de muito estudo a quem se atrever a tal tarefa.
Porém, a genialidade musical de Dave Mustaine é proporcional ao seu mau humor e a vontade de querer impor às pessoas um pouco do sofrimento o qual viveu em tenra idade, o que é muito triste e lamentável.
Entrevistar o músico, por exemplo, é uma caixa de surpresa, pois tudo pode vir abaixo sem motivo algum e em poucos segundos. Boicotar e tratar mal bandas pequenas, que estão matando um leão a cada dia, é algo que já aconteceu inúmeras vezes. Atrasar – de propósito – a passagem de som para prejudicar e ou implicar com grupos menores já rolou, também.
Nos últimos tempos, Mustaine tem mostrado uma pegada voltada a paz e amor, pelo menos nas redes sociais. Se este comportamento ganha vida no dia a dia do músico, aí é outra história! O nosso desejo é que Mustaine seja tão virtuoso na vida quanto é nas seis cordas.