Foo Fighters faz show arrebatador no The Town e emociona fãs de todas as idades

Roupas pretas, camisas de banda e muita disposição para aproveitar cada pedacinho do The Town. Quem circulou pela Cidade da Música neste sábado, 9 de setembro, percebeu o clima de emoção tomando conta dos fãs que vieram para o ver o retorno de Foo Fighters ao Brasil.

Antes da apresentação arrebatadora dos headliners do Skyline, o público aproveitou o line-up dedicado ao rock’n’roll, as ativações dos patrocinadores e os brinquedos que compõem toda magia de um dia inteiro no festival.

Entre os shows de grandes nomes como Pitty, Garbage, Yeah, Yeah, Yeahs, Detonautas e Barão Vermelho com Samuel Rosa, foi possível ver a circulação dos fãs pelos estandes que reúnem diversos atrativos, abusando da criatividade. De brinquedos radicais a maquiagem, passando por locais para produção de fotos e vídeos, lojas que garantem os looks e, claro, espaços para comer e beber, as marcas investiram na experiência dos fãs.

Uma das maiores representantes da femininas do rock nacional, Pitty subiu ao palco acompanhada por sua banda e pela Nova Orquestra, trazendo novos arranjos para comemorar os 20 anos do lançamento de Admirável chip novo. A artista abriu a programação do Skyline com um line-up recheado de sucessos que empolgaram a plateia e fizeram todo mundo cantar junto.

Quem não amou a performance, que atire a primeira pedra! Jasmim Tavares, 33, veio do Espírito Santo só para ver a Pitty, que marcou a adolescência da designer gráfica. “É uma nostalgia ouvir ela cantar. Que show lindo! E, para fechar a noite, ainda vou ver Foo Fighters. Um dia para não esquecer”, afirma.

Conhecida como a Rainha do Rock aqui no Brasil, dificilmente encontra-se alguém que não tenha cantarolado pelo menos um hit: Equalize, Me Adora, Semana Que Vem e Na sua Estante atestaram que podem passar mais 20 anos, Pitty sempre vai entregar um grande show e tomar conta do palco.

O bom e velho rock dos anos 1990 foi representando por ninguém mais, nem menos do que Garbage, diretamente no palco Skyline. Com um vestido rosa e preto, maquiagem marcante e a postura de uma verdadeira rockstar, a líder Shirley Manson comandou linhas de guitarra e um show estrondoso para ninguém botar defeito.

A cantora disse estar honrada em voltar ao Brasil, mas a honra foi toda de quem testemunhou a energia constantemente lá em cima da vocalista. E se ela só fica feliz quando chove, a alegria é de quem estava na Cidade da Música no dia mais rock‘n’roll do The Town.

Mesmo fugindo um pouco do rock mais convencional, Yeah Yeah Yeahs botou o público do Skyline para dançar. Diretamente de Nova York, o grupo liderado por Karen O e seu icônico cabelo channel não visitava o país há 10 anos — mas a espera valeu a pena!

O grande momento foi o hit Maps, que Karen dedicou ao Queens of the Stone Age, à sua mentora Shirley Manson, do Garbage, ao Foo Fighters e a todos os românticos e amantes presentes no The Town. Outro destaque foi o show de luzes da apresentação, que trouxe um clima de balada a céu aberto. Impossível não aproveitar!

Tudo levava ao Foo Fighters no palco Skyline. Era o show mais aguardado da noite, carregado de muita emoção, por ser o primeiro no país após a morte precoce do baterista Taylor Hawkins, em março de 2023. Mas eles voltaram, e voltaram com força.

Ver Dave Grohl ao vivo é sempre um acontecimento, e ele estava mais à vontade do que nunca diante de 100 mil pessoas que lotaram o palco Skyline. São quase 30 anos de carreira com hits incontestáveis, como All My Life, Learn to Fly e Times Like These, que emocionou o público, que iluminou o palco Slyline com as lanternas dos celulares. Um momento emocionante da noite foi quando Dave dedicou Aurora a Taylor Hawkins, dizendo que era a favorita do Foo Fighters para o baterista.

Do indie ao clássico, palco The One é marcado por grandes crossovers

Céu nublado combina com Terno Rei, banda de rock alternativo independente de São Paulo que abriu o palco The One neste sábado (9). A menção faz alusão a música Chuva. O grupo tocou diversas músicas do aclamado disco Violeta, como Solidão de Volta e Yoko, e algumas do mais recente álbum, Gêmeos, bem como Sorte Ainda e a nostálgica Dias da Juventude, que empolgou os fãs no encerramento da apresentação.

Mas o destaque ficou para as convidadas especiais Mahmundi e Fernanda Takai, que aqueceram o coração dos fãs da banda Pato Fu. Juntos, eles tocaram canções solo das artistas, Sem Necessidade e Canção Pra Você Viver Mais, e o clássico Tempo Perdido, da Legião Urbana, daqueles hinos que atravessam gerações.

Com o perdão do trocadilho, Detonautas sempre detonam. E não foi diferente no entardecer deste sábado (9). A banda liderada por Tico Santa Cruz agitou os roqueiros do palco The One, com músicas mais pesadas que tiraram todo mundo do chão, principalmente nos clássicos Quando o Sol se For e O Dia Que Não Terminou.

E os grandes crossovers do The Town continuam a todo vapor: desta vez, os Detonautas chamaram ao palco Vitor Kley, em uma mistura inusitada que combinou um lado mais pesado com um pop rock contemporâneo e mais leve. Versões de Morena e O Sol, de Vitor Klay, ganharam outra cara, que quem estava na Cidade da Música presenciou de perto.

“Quando a gente entrou no estúdio para ensaiar, a gente conectou na mesma hora. A escolha do setlist não foi fácil, pois são muitas músicas nossas e do Vitor Kley. Escolhemos músicas que privilegiam o que os fãs querem cantar. Tá muito bonito o show”, comentou Tico Santa Cruz antes de subir ao palco.

Outro momento emocionante aconteceu quando o vocalista convocou o filho, Lucas, para que eles tocassem, juntos, O Amanhã. O resultado apenas mostrou que o talento é de família, e que todo mundo ali estava em casa.

O tempo não para na Cidade da Música: Barão Vermelho apresentou hits atemporais no palco The One, com Bete Balanço, Codinome Beija-Flor e Exagerado, canções que já foram cantadas por Cazuza e por Frejat e hoje têm o legado levado adiante na voz de Rodrigo Suricato.

Porém, conforme previamente anunciado, em mais um crossover no The Town, o Barão recebeu Samuel Rosa, ex-Skank, que se mostrou empolgado com a participação especial. “Disse sim na hora, só perguntei onde eu assino.

O Barão existiu antes de mim. Eu sou o que sou porque o Barão existiu. Tem que ter muito respeito com quem veio antes”, comentou Rosa. Juntos, eles pareciam amigos se divertindo em uma noite de sábado enquanto tocaram canções tanto do Skank quanto do Barão, como Ainda Gosto Dela e Vou deixa. É Rock nacional com R Maiúsculo, Puro Êxtase, do começo ao fim.

Diretamente da Ilha de Wight, Inglaterra, as britânicas do Wet Leg são novatas com postura e sonoridade de gente grande, de quem está na estrada há anos — a banda foi formada em 2019, e seu primeiro e único disco até então, o homônimo, foi lançado em 2022.

Mas não confunda as vozes adoráveis, meigas e até a timidez de Rhian Teasdale e Hester Chambers: headliners do palco The One, elas dialogaram nas guitarras pungentes e na bateria marcante para provar que o fofo também pode ser intenso, como no hit Wet Dream, que tirou todo mundo do chão. Quem viu Wet Leg no The Town, pode ter certeza de que vivenciou um momento único de uma banda com um futuro brilhante pela frente.

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