O Projeto Manhattan, a bomba atômica e a persistente ameaça de holocausto nuclear foi uma fonte de inspiração para alguns dos maiores nomes do rock.
Por sua vez, uma dessas canções, Russians do Sting, plantou uma semente na mente do diretor Christopher Nolan que acabaria crescendo em seu novo filme, Oppenheimer.
“Ouvi falar pela primeira vez sobre [J. Robert Oppenheimer, o físico americano chamado de “o pai da bomba atômica”] quando era criança”, disse Nolan em uma recente entrevista para Entertainment Weekly. “Aquela música do Sting, ‘Russians’, refere-se aos ‘brinquedos mortais de Oppenheimer’.”
“Eu cresci no Reino Unido em uma época em que as pessoas estavam muito preocupadas com armamentos nucleares”, ele explicou. “Quando eu tinha 12 ou 13 anos, meus amigos e eu estávamos absolutamente convencidos de que iríamos experimentar uma guerra nuclear em algum momento de nossas vidas”.
E continuou: “E então, com o tempo, esse medo diminui, e Oppenheimer ficou comigo como uma figura, e aprendi mais sobre ele ao longo dos anos – incluindo a informação de que ele, junto com os principais cientistas do Projeto Manhattan, não poderiam eliminar completamente a possibilidade de iniciar uma reação em cadeia que destruiria o mundo. E para mim, esse foi o gancho”.
Sting ficou igualmente fascinado pelo papel de Oppenheimer no Projeto Manhattan e pelas crescentes tensões da Guerra Fria nos anos 80. O ex-líder do Police explicou em 2010 que a inspiração para Russians, faixa de seu álbum solo de estreia em 1985, The Dream of the Blue Turtles, veio de assistir a TV soviética através de um sinal de satélite ilegal.
“Tomávamos algumas cervejas e subíamos uma pequena escada para assistir à televisão russa”, disse o cantor. “Naquela hora da noite, só tínhamos televisão russa infantil, como a Vila Sésamo deles. Fiquei impressionado com o cuidado e a atenção que davam aos programas infantis. Lamento que nossos atuais inimigos não tenham a mesma ética”.
A preocupação de Nolan era um pouco mais angustiante. “Estou muito interessado em levar o público para aquela sala e viver aquele momento”, disse ele. “Como teria sido apertar aquele botão sabendo que havia alguma possibilidade?”.