Ter muitos compositores em uma banda é essencialmente uma benção, mas, em alguns momentos, pode ser uma maldição, já que alguns conflitos podem surgir e, se não resolvidos de forma integral e rápida, a coisa toda pode escalonar e se transformar numa incontrolável bola de neve de problemas.
O Iron Maiden passou por situação semelhante em meados da década de 1980, quando deu vida ao seu sexto trabalho de estúdio, Somewhere In Time. Na comissão de frente criativa estava Steve Harris, Adrian Smith e Bruce Dickinson; no entanto, as ideias do vocalista não foram aprovadas pelos companheiros, o que frustrou bastante o cantor.
Em recente entrevista à revista britânica Metal Hammer, o citado guitarrista Adrian Smith comentou brevemente sobre tal questão.
“É sempre bom colocar suas ideias em um álbum”, declarou Smith. “Se você tem cinco ou seis (membros) na banda, então você precisa ser criativamente forte para transmitir suas ideias, porque todo mundo tem ideias”, explicou. “Em Somewhere In Time, criativamente para mim, foi fantástico”, acrescentou.
“Na época, tivemos algumas rachaduras na banda”, continuou. “Acho que Bruce ficou desapontado por não ter nenhuma ideia aceita, e eu posso entender isso perfeitamente”, pontuou. “Ele provavelmente estava infeliz e isso se mostrava de muitas maneiras diferentes, e é claro que acabou prejudicando o andamento das coisas”, completou.
A despeito de não ter assinado nenhuma canção em Somewhere In Time, Bruce conseguiu contornar a situação e apresentar no álbum seguinte, intitulado Seventh Son of a Seventh Son, ideias que foram aceitas e se tornaram clássicos do quilate de Moonchild, Can I Play with Madness e The Evil That Men Do.
Realmente as ideias musicais de Bruce estavam com muita influência do Led Zeppelin, o que dissonava com a ideia de um álbum futurista como o Somewhere In Time.