O elemento central do jornalismo é tornar o real em algo compreensível à sociedade. A tarefa do comunicador é, diante de um oceano vasto de fenômenos e fatos, avaliar e atribuir valor aos acontecimentos e partilhá-los com a comunidade.
Assim como qualquer outro profissional, o jornalista está sujeito a erros e tropeços, afinal errar é uma das poucas certezas da vida. Porém, é lamentável quando colegas de profissão erram por pouco caso e desleixo em relação ao tema em questão.
Os exemplos saltam aos olhos, surgem diariamente e são dos mais diversos teores, mas vamos puxar a conversa para o nosso objeto de debate que é a música, notadamente o rock e metal. Há comunicadores que tratam deliberadamente os citados estilos musicais como arte de pouca e ou nenhuma relevância.
Com claro despreparo para a cobertura de tal tema, estes agentes da desinformação zombam dos artistas, fãs e todo mercado em torno; além disso dão de ombros ao bê-a-bá da profissão, que é a preparação, aprofundamento do tema e apuração. Eles perpetuam essencialmente um guia do que não fazer para se tornar um comunicador.
Das infames e vexaminosas inexatidões de informações até as clássicas interpretações coalhadas de estereótipos e preconceitos, o jornalismo musical feito pela grande mídia é um desserviço à sociedade e à arte.
Dessa forma, convidamos você a relembrar algumas entrevistas e coberturas que são no mínimo risíveis e ratificam o que comentamos anteriormente.
1. Cobertura do Rock in Rio feita pela TV Globo, em 1985
2. Gloria Maria tentou atribuir o teor lírico de I Want to Break Free à causa gay; Freddie Mercury explicou o conteúdo da canção, mas a jornalista insistiu em sua versão, o que causou visível irritação no cantor.
Tem mais? Claro! Maria ainda tentou taxá-lo como líder da banda, mas Freddie ressaltou que era apenas o o vocalista; mesmo assim, a jornalista conduziu a entrevista a um beco sem saída e o resultado ficou bem desagradável.
3. Colocar a pecha de vilão no heavy metal é a especialidade da casa.
4. William Waack e Arnaldo Jabor desfilam os famigerados chavões de quem não tem a mínima noção do que é a cena heavy metal e, claro, passam vergonha.
5. A matéria cita Whitesnake/David Coverdale, mas mostra imagem e som de Ronnie James Dio. Comenta também sobre o mascote do Maiden, Eddie, mas inserem informações erradas a respeito do nome do personagem. Eddie the Monster? Nunca nem vi! E o recheio de tudo isso é um inglês macarrônico, o que deixa tudo ainda mais saboroso.
Muito despreparo e falta de interesse.Essa da Glória Maria foi demais, meu Deus!!!!