O vocalista e apresentador João Gordo (Ratos de Porão) recebeu em seu novo podcast, SuperPlá, a banda de thrash metal Black Pantera. O trio mineiro não se acanhou em abordar assuntos espinhosos e falou sobre sua posição ideológica e política.
Em certo momento do bate-papo, o baixista Chaene da Gama ressaltou que não dá para ser bolsonarista e ser antirracista, já que são, de acordo com o músico, convicções e filosofias antagônicas, ou seja, não andam juntas.
“Não dá para ser bolsonarista e ser antirracista; essas paradas não andam juntas”, afirmou Chaene da Gama. “Isso é um fato, pois o neoliberalismo não anda junto da pauta antirracista”, acrescentou. “A gente tinha uma noção, mas com o Black Pantera abrimos a mente e descobrimos um mundo que a educação brasileira não privilegia, mostra superficialmente”, explicou. “Com isso, as pessoas não sabem o que os ancestrais representam e acabam indo na ideia de que tudo é vitimismo e meritocracia. Não fode o nosso rolê que é pesado”, pontuou o músico.
Em outro trecho da entrevista, João Gordo enfatizou que o Black Pantera é a única banda que tem levantado a bandeira racial e se posicionado sobre tal questão.
“É importante se posicionar para que a gente incentive uma galera. Pegamos esse ideal como ponta de lança e tomamos uns ‘hates’ por conta disso; principalmente agora que a banda está numa ascensão e estamos pegando uns festivais grandes como Lollapalooza e Rock in Rio”, relatou o baterista Rodrigo “Pancho” Augusto.
“Falam que a gente está tocando para playboy, mas é muito mais fácil está dentro do sistema e falar dentro do sistema. Fazemos muita mais diferença estando lá dentro”, completou Pancho.
O trecho da entrevista em que os músicos falam sobre tais questões pode ser conferido no player a seguir:
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