O artista Roger Waters não poderá usar o traje semelhante ao de um oficial nazista durante a turnê This is Not a Drill, marcada para outubro e novembro no Brasil. Segundo Lauro Jardim, do jornal O Globo, Flávio Dino, Ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, informou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que se o artista vestir o uniforme durante alguma de suas apresentações no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte, será preso pela Polícia Federal.
Luiz Fux ligou para Dino para alertar sobre o que seria um crime de racismo depois que representantes da comunidade judaica entraram com um pedido. Dias atrás, o Ministério da Justiça recebeu um pedido para que Roger fosse impedido de entrar no Brasil.
O pedido foi assinado pelo advogado Ary Bergher, vice-presidente da Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e presidente do Instituto Memorial do Holocausto, no Rio de Janeiro. Na demanda, Bergher pede que, caso o artista entre em território brasileiro, que seja acompanhado pelas polícias Federal e Civil. Dessa forma, as apresentações serão acompanhadas pelas corporações e providências serão tomadas caso Roger use o figurino semelhante ao de um oficial nazista.
Entenda o caso
Em maio, durante um show em Berlim, capital da Alemanha, Roger Waters foi acusado de incitar o ódio público devido ao uso de um traje semelhante ao de um oficial nazista. A polícia berlinense divulgou que está investigando o caso.
Martin Halweg, porta-voz da polícia de Berlim, informou à AFP que ‘as vestimentas usadas no palco podem ser interpretadas como uma glorificação ou justificativa do regime nazista, afetando a ordem pública’.
O porta-voz da polícia acrescentou que, após a conclusão da investigação, os resultados serão enviados ao Ministério Público para uma análise jurídica final. A promotoria decidirá se o cantor britânico de 79 anos enfrentará ou não processo judicial.
O cantor usou as redes sociais para comentar o caso. No Twitter, disse que sua performance foi uma evidente declaração em oposição ao fascismo e lembrou que a representação de um demagogo fascista tem sido uma característica de seus shows desde The Wall (1980), do Pink Floyd.
“Minha recente apresentação em Berlim atraiu ataques de má-fé daqueles que querem me difamar e silenciar porque discordam de minhas opiniões políticas e princípios morais”, escreveu o artista.
Fonte: Estado de Minas