Tina Turner morreu de causas naturais em sua casa na Suíça, diz jornal

Representantes da cantora Tina Turner, morta aos 83 anos nesta quarta-feira, confirmaram ao jornal britânico The Daily Mail que a americana morreu de causas naturais em sua casa em Küsnach, na Suíça.

Causa da morte de Tina Turner é revelada

“Tina Turner, a ‘Rainha do Rock’n Roll’, morreu pacificamente hoje, aos 83 anos, após uma longa doença em sua casa em Kusnacht, perto de Zurique, na Suíça. Com ela, o mundo perde uma lenda da música e um exemplo”, diz o comunicado.

Uma mensagem também foi publicada na conta oficial da cantora no Instagram: “É com grande tristeza que anunciamos o falecimento de Tina Turner. Com sua música e sua paixão sem limites pela vida, ela encantou milhões de fãs ao redor do mundo e inspirou as estrelas de amanhã. Hoje nos despedimos de uma querida amiga que nos deixa sua maior obra: sua música. Toda a nossa sincera compaixão vai para a família dela. Tina, sentiremos muito sua falta”, diz o texto.

Tina Turner entrou para o mundo da música ainda criança

Nascida em 26 de novembro de 1939, em Nutbush, Tennessee (EUA), em uma família batista, Anna Mae Bullock começou a cantar ainda criança no coral da igreja. Sua carreira teve início no final da década de 1950, enquanto ainda cursava o ensino médio em East St. Louis, no estado de Illinois. Em 1957, ela começou a cantar no grupo Kings of Rhythm, de Ike Turner, que conheceu no Manhattan Club, em East St. Louis, onde sua irmã, Alline, era garçonete.

A estreia foi sob o nome artístico de Little Ann, como apareceu creditada no disco “Boxtop”, de 1958. Somente em 1960, ela passou a ser apresentada como Tina Turner, no single “A fool in love”, seu primeiro hit com Ike Turner. Eles iniciaram seu relacionamento nesta época, e se casaram em 1962.

Entre os anos 1960 e 1970, a dupla Ike & Tina Turner se tornou um dos maiores nomes do pop americano, graças a sucessos como “It’s gonna work out fine”, “River Deep – Mountain High”, “Proud Mary” e “Nutbush city limits”.

Tina Turner sofria rotina de agressões

Enquanto a vida pública de Ike & Tina Turner era sinônimo de sucesso, na intimidade a cantora vivia uma rotina de abusos e violência doméstica. Com variações de humor de Ike agravadas pelo consumo de cocaína, a cantora sofria constantes agressões e teria sido levada por ele a um bordel em Tijuana, no México, na noite de seu casamento.

Conforme revelou na autobiografia “Eu, Tina: A história de minha vida” (livro de 1986 transformado em filme em 1993, estrelado por Angela Basset e Laurence Fishburne), o comportamento do marido a levou a uma tentativa de suicídio em 1968, por ingestão de Valium. Após decidir separar-se em 1976, Tina abriu mão de bens e assumiu várias dívidas de shows cancelados no período, para manter o sobrenome Turner. Após o divórcio chegar ao fim, em 1978, Tina tocou por dois anos em pequenos clubes para recuperar-se financeiramente.

A virada em sua carreira veio nos anos 1980, quando ascendeu definitivamente ao topo do pop americano. Em 1981, Rod Stewart viu seu show no Ritz, de Nova York, e a convidou para tocar “Hot legs” com ele no “Saturday Night Live”. Em novembro do mesmo ano, Tina abriu a turnê americana dos Rolling Stones. Seu clipe de “Ball of confusion” se tornou um dos primeiros sucessos da então iniciante MTV, que fez dela uma das primeiras artistas negras a ter espaço no canal.

‘Private dancer’

Em 1983, Tina assinou com a Capitol Records para lançar seu quinto álbum e o mais bem-sucedido de sua carreira, “Private dancer” (1984). Com 5 milhões de cópias vendidas nos EUA e outras 11 milhões no resto do mundo, o álbum alcançou a terceira posição na Billboard 200 dos EUA. Além da faixa-título, são do disco alguns dos maiores hits de sua carreira, “What’s love”, “Better be good to me”, “Got to do with it” e a versão de “Let’s stay together”, de Al Green.

Em 1985, a cantora atuou em seu terceiro filme, “Mad Max 3: Além da cúpula do trovão”, seu maior sucesso no cinema. No terceiro longa da franquia estrelada por Mel Gibson, Tina era a vilã Titia Entity, que comandava uma cidade pós-apocalíptica. O longa eternizou outro de seus sucessos, “We don’t need another hero (Thunderdome)”, a principal faixa da trilha sonora. No mesmo ano, a cantora também foi uma das estrelas na gravação do single beneficente “We are the World”, escrita por Michael Jackson e Lionel Richie para arrecadar fundos para o combate à fome e doenças no continente africano.

Com o álbum seguinte, “Break every rule” (1986), Tina fez a maior turnê de sua carreira, viajando por 14 meses. Na passagem pelo Brasil, o show da turnê no Rio entrou para o livro dos recordes, com o público de 184 mil pessoas em uma única apresentação, no Maracanã.

Em 1991, já consagrada como a Rainha do Rock’n Roll, Tina passa a integrar o Hall da Fama do Rock. Em 1995, ela se muda para a Suíça com o produtor e empresário alemão Erwin Bach, com quem viria a se casar, numa cerimônia budista, em 2013. Naturalizada suíça no mesmo ano, Tina recebeu um dos rins do marido, após sofrer falência dos órgãos, ao ser diagnosticada com câncer no intestino, em 2018O porta-voz de Tina Turner informou que haverá uma cerimônia fúnebre privada com a presença de amigos próximos e familiares. “Por favor, respeite a privacidade de sua família neste momento difícil”, diz o comunicado.

Fonte: O Globo

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