A atração principal do festival Monsters Of Rock em Donington no ano de 1988 deveria ter coroado um período de enorme sucesso para o Iron Maiden mas, o dia 20 de agosto de 1988, estará para sempre conectado a uma tragédia.
À medida que o gigantesco show do Maiden se aproximava, o seu recém-lançado álbum Seventh Son Of A Seventh Son alcançou o primeiro lugar nas paradas de álbuns do Reino Unido; o segundo trabalho da banda a atingir o primeiro lugar, , o que os possibilitou fazer shows em estádios por toda a Europa.
Aquele dia em Donington, porém, seria a maior de todas as apresentações. O festival acontecia desde 1980, mas a capacidade seria recorde naquele ano – cerca de 107 mil pessoas compareceram ao evento. Contudo, antes do Maiden subir ao palco, durante uma apresentação do então promissor Guns N’ Roses, uma catástrofe aconteceu. “Foi o maior Monsters Of Rock de todos os tempos, um show fantástico com Iron Maiden, Guns N’ Roses, Kiss”, disse o promotor Stuart Galbraith à revista Classic Rock. “Foi um dos melhores eventos, mas definitivamente a pior experiência da minha carreira”.
O baixista do GN’R, Duff McKagan, se lembra de ter testemunhado os horríveis acontecimentos do palco. “Foi muito assustador”, disse Duff. “Todos nós ficamos tipo: ‘Uau’! Eram jovens empilhados sobre jovens no chão. E mais pessoas continuaram caindo sobre eles. Levou vinte minutos para tirar todo mundo. Paramos o show e eles finalmente retiraram as últimas pessoas e acho que estavam mortos”.
Dois jovens perderam a vida na confusão, e o promotor Galbraith conversou com o empresário do Iron Maiden, Rod Smallwood, para decidir o que fazer. “Decidimos não contar ao Iron Maiden sobre a tragédia”, lembrou Galbraith. “Eu considerei se deveria ou não contar à banda”, acrescentou Smallwood, “mas decidi contra isso, pois não serviria para nada e seria imensamente difícil para eles tocar com o coração, o que decepcionaria muitos fãs. Garanti que não haveria acesso à banda para que eles não pudessem saber sobre o acidente”.
“Estávamos tão nervosos que ninguém quis nos avisar antes do show”, disse o baixista e líder da Donzela de Ferro, Steve Harris. “Acho que se soubéssemos, todo mundo teria surtado”.
Eles fizeram um show emocionante, lembrou o co-fundador da Classic Rock, Dave Ling. “A produção de palco estava cativante como fora prometido”, disse Ling. “Apresentava uma variedade de passarelas, falsos icebergs e estalagmites que pareciam ter saído de um comercial da Glacier Mints, além de um show de luzes que provavelmente poderia ser visto de Plutão”.
“Foi como escalar uma montanha e finalmente chegar ao topo”, contou o guitarrista do Maiden, Dave Murray. Mas então veio o soco no estômago, quando Smallwood entrou no camarim e os informou sobre as mortes ocorridas no início do dia. “Quando contei a eles o que aconteceu com esses pobres jovens, eles ficaram arrasados”, disse o empresário. “Foi muito triste mesmo. Sempre que olhamos para trás, pensamos naqueles jovens”.
As consequências da tragédia foram de longo alcance para a indústria da música ao vivo. “O veredicto do inquérito do legista foi morte acidental sem fatores contributivos em termos de organização do evento”, disse Galbraith.
“Mas ficou óbvio que não havia um plano de como realizar eventos desse tipo”. Dele saiu um manual chamado The Purple Guide – um documento de saúde e segurança que delineava as regras para a realização de eventos dessa grandeza. Nada poderia tirar o trauma do que aconteceu, mas medidas foram tomadas para tentar evitar que isso acontecesse novamente.
Fonte: Loudersound
Falta na discografia da banda umshow acústico ,
Ainda bem.