72 Seasons é o Metallica em seu maior sucesso no século 21

A única linearidade existente na carreira do Metallica é a sua inquietude em buscar novas formas de expandir sua abrangência musical. Ou seja, não há um trabalho formatado da mesma maneira, com os mesmos bordões e cacoetes sonoros. Dito isso, é um romantismo pueril alimentar a idealização de que 72 Seasons esteja nos moldes e matrizes de Ride the Lightning (1984), Master of Puppets (1986) e Metallica – Black Album (1991), pois tal hipótese sequer passa pelo radar do Metallica 2023.

Posto isso, é conveniente uma análise da imagem atual e não do filme. E a ilustração sonora estampada no momento atual é uma obra forjada nas balizas do capricho. O quadro vigente traz diferentes paletas e matizes de cores, o que reserva um bem-vindo frescor às doze faixas recém saídas do forno.

O trabalho possui a incrível duração de mais de 77 minutos, o que resulta, numa conta leviana, em mais de seis minutos de extensão para cada canção. Todavia, não pense que isso seja sinônimo de uma redução drástica do ímpeto thrash metal para uma invocação de feitos do prog metal. Não é o caso! Na verdade, do primeiro ao último acorde, 72 seasons transpira uma bem-vinda vivacidade para o estilo. Tudo isso é chancelado, pois, pelos riffs brutais de James Hetfield, pelos solos pentatônicos de Kirk Hammett e pela cozinha simples, mas extremamente robusta e concisa, de Lars Ulrich e Robert Trujillo.

Em tempos de cegueira artística e intelectual, encontrar uma obra com profundidade lírica é um oásis em terra desértica, o que já arrebata uma imensa vantagem aos concorrentes. Papa Het sempre foi um letrista de mão cheia, tratando de temas dramáticos como solidão, depressão e, até religião, de maneira imersiva.

Destacar essa ou aquela música é um desserviço ao ouvinte e ao grupo, já que as chances de cometer injustiças rondam cada palavra assentada na crítica. Então, o mais honesto é afirmar que 72 Seasons merece a sua atenção e crédito.

Um adendo! Há anos, James & Cia se desvencilharam da necessidade de lançar novos álbuns. O motivo? Os músicos já fizeram um grande trabalho em prol da música pesada; já emplacaram dezenas de canções; as motivações financeiras não precisam ser satisfeitas, pois os bolsos estão cheios há décadas, ou seja, os caras estão ativos movidos, única e exclusivamente, pelo prazer de tocar e criar sons novos. E esse desprendimento comercial é transmitido em todo repertório de 72 Seasons. Então, é viável cravar que 72 Seasons é o Metallica em seu maior sucesso no século 21.

Track listing de 72 Seasons:

01. 72 Seasons
02. Shadows Follow
03. Screaming Suicide
04. Sleepwalk My Life Away
05. You Must Burn!
06. Lux Æterna
07. Crown Of Barbed Wire
08. Chasing Light
09. If Darkness Had A Son
10. Too Far Gone?
11. Room Of Mirrors
12. Inamorata

Nota 9

2 comentários em “72 Seasons é o Metallica em seu maior sucesso no século 21”

  1. Dizer q esse album apresenta algo de diferente dos ultimos albuns é uma piada, ne?
    72 Seasons é a prova cabal de uma banda de caras q estão velhos e ricos demais para arriscar algo diferente. O Metallica vem fazendo exatamente o msm album desde Death Magnetic. Eles n soam tao ruins quanto em Load/Reload, mas de criativo e energetico n tem nd.
    Esse album soa exatamente como Hardwired soou. N é ruim, mas tb n é fantastico. O Metallica hj n passa do “arroz e feijão” do metal quando lança um novo album.
    Os unicos pontos positivos do album foram alguns solos do Kirk e o fato de que o Lars aprendeu a tocar bateria (ou teve uma ajuda eletronica, oq eu n vejo problema nenhum pra ser sincero).

    Responder
    • O álbum é muito bom. As músicas estão melhores do que nos anteriores e a letras estão muito boas. A produção merece elogio. só isso a dizer

      Responder

Deixe um comentário (mensagens ofensivas não serão aprovadas)