É senso comum: A santíssima trindade da guitarra setentista é formada por Tony Iommi (Black Sabbath), Jimmy Page (Led Zeppelin) e Ritchie Blackmore (Deep Purple, Rainbow). Os músicos deram origem a alguns dos momentos mais memoráveis e emocionantes da música contemporânea, provocando sentimentos no público que dificilmente seriam logrados por outros instrumentistas, bem como instrumentos musicais.
Com liberdade plena e doses cavalares de criatividade e genialidade, o trio eternizou sua marca no arcabouço do rock n’ roll e heavy metal, onde melodias fortes, assentadas em harmonias ousadas e em linhas rítmicas guiadas pelos trilhos do jazz, blues e folk, foram as bases e o campo fértil de suas criações.
Ritchie Blackmore, que completa 78 anos no dia de hoje, possui uma sonoridade ambígua, ou seja, modifica entre as tonalidades maiores e menores; ferramenta amplamente usada no blues. No entanto, o músico sempre foi além e procurou caprichar suas criações com a adição da 7ª, por exemplo, o que proporciona um tempero especial às canções.
Teoria à parte, compilamos 7 dos maiores riffs do guitar hero e convidamos você a vir com a gente numa breve viagem ao enorme acervo musical do guitarrista.
Smoke on the Water – Deep Purple (1972)
O riff da canção é um dos mais famosos de todos os tempos! Numa alusão direta ao psiquiatra suíço Carl Jung, a introdução da canção está no inconsciente coletivo das pessoas, pois não é raro pessoas fora das jurisdições do rock e metal e do circuito guitarrístico conhecerem e celebrarem o massivo riff da clássica música.
Black Night – Deep Purple (1970)
Inspirada em Summertime, de Ricky Nelson, Black Night é, sem sombra de dúvida, um dos maiores tesouros musicais da década de 1970. A estética psicodélica e a rítmica particular dão um sabor único ao riff da incrível canção. Uma caprichada ode à famosa escala pentatônica, já que na mão de um gênio virou uma obra de arte.
Burn – Deep Purple (1974)
Outro momento glorioso na carreira de Ritchie é o pujante riff de Burn! Potente como uma bomba de hidrogênio e vigoroso como um atleta olímpico, o trabalho das seis cordas presente no som é o cartão de visita da MKIII, além disso, fora uma brilhante forma de calar os maledicentes comentários que torciam para uma derrocada de tal formação.
Perfect Strangers – Deep Purple (1984)
Colocado sob os holofotes do órgão Hammond, do mestre Jon Lord, a peça ganhou contornos épicos e memoráveis, mas é a fluidez da frase e a pegada sofisticada de Blackmore as cerejas no topo do bolo. A música elevou o Purple a novos patamares comerciais, durante a década de 1980.
Man on the Silver Mountain – Rainbow (1975)
Emplacar uma carreira de sucesso é uma proeza e tanto. Agora, imagina começar o jogo praticamente do zero e, em um curto espaço de tempo, obter êxito comercial igual – quiçá maior – que outrora. Bem, esse é o contexto da carreira de Ritchie, pois o músico alcançou grande sucesso com o Purple e, posteriormente, marcou um golaço com o Rainbow.
Uma das peças fundamentais para o renascimento artístico do guitarrista fora o trabalho estonteante em Man on the Silver Mountain, que dispõe de fraseados quase vocais. Uma aula de bom gosto melódico e harmônico!
Stargazer – Rainbow (1976)
A aventura musical proposta pelo guitarrista nos quase nove minutos de Stargazer é a psicodelia aplicada com propósito, sendo assim, não é um mero artifício sonoro para soar descolado e fazer bonito nas rodinhas de bichos-grilos ao redor do planeta. Escala pentatônica, que é pau para toda obra, ganha um tempero exótico com inserções de escala turca. É uma pintura sonora sem igual!
Shadow of the Moon – Blackmore’s Night (1997)
Em meados dos anos 90, as fronteiras do rock n’ roll foram ultrapassadas de vez pelo guitarrista britânico, pois sua nova empreitada musical, ao lado de sua esposa Candice Night, era focada na música renascentista, ou seja, edificada essencialmente no formato acústico. É secundário afirmar que o músico se reinventou mais uma vez no mercado fonográfico e cunhou um dos mais caprichados projetos musicais: o Blackmore’s Night.
Um dos destaques do projeto é a canção Shadow of the Moon e sua prazerosa perspectiva cigana, que é cortesia da escala menor harmônica e o bom gosto de Blackmore em escolher as notas certeiras para servir de cama para bela voz de Candice.