Iron Maiden: 7 motivos para deixar de birra e curtir o Virtual XI

Na primeira etapa da década de 1990, Bruce Dickinson, como todos sabem, se divorciou do Iron Maiden para seguir carreira solo e focar em outros interesses como aviação. Neste período, a banda britânica perigou encerrar as atividades, já que seu líder, Steve Harris, estava vivendo um verdadeiro inferno astral com o divórcio de sua primeira esposa e, claro, com a saída do Air-Raid Siren.

Para sorte dos fãs, o Big Boss resolveu seguir em frente com o grupo e trouxe para o time o vocalista Blaze Bayley. Geralmente, substituir um cantor é uma tarefa complicada, pois envolve muitas paixões e sentimentos. Agora, imagina substituir Mr. Dickinson! Tarefa para lá de complexa e com muitas chances de colapsar.

Graças ao São Harris, a história, ao contrário do que a maioria adora apregoar, a substituição não fora um desastre. Blaze estreou no álbum The X Factor, de 1995, décimo trabalho de estúdio do Maiden, que mostrou um direcionamento mais sombrio e sinistro que seus antecessores. Pegada certeira para se adequar ao perfil de voz de Bayley.

Se The X Factor precisou caminhar em gelo fino, devido as saraivadas de críticas vindas dos fãs e mídia. O trabalho seguinte, Virtual XI, que completa 25 anos de seu lançamento neste ano, praticamente nasceu com a corda no pescoço e foi apedrejado sem dó e piedade pela maioria dos fãs da Donzela de Ferro.

Mas o álbum é tão lastimável assim? É o maior erro musical do Maiden? Blaze Bayley foi o pecado capital na carreira da banda? Bem, essas e outras questões ficam para o julgamento de cada pessoa. Ame ou odeie, mas uma coisa é certa, pelo menos para este que vos fala: O trabalho de Blaze no Maiden é muito bom e merece uma audição despida de preconceitos, intolerância e antepaixão.

Dito isso, enumeramos sete motivos para os fãs deixarem de birra e curtirem o Virtual XI! Não tenha medo ou vergonha, pode aumentar o volume. O som é bom!

1. Futureal é um open track poderoso

O pontapé de Virtual XI é em alta voltagem com a energética e ligeira Futureal! A bandeira do Maiden está tremulando no refrão pegajoso; no solo veloz repleto de ligados, que é cortesia do incrível Dave Murray, e na condução imponente e coesa vinda da dupla: Steve Harris e Nicko McBrain. É um som puro sangue Maiden!

2. Blaze é um extraordinário vocalista

Medir Blaze com a régua e escala de Bruce Dickinson – ou de qualquer outro vocalista – é, sem dúvida, uma tremenda injustiça! Cada voz tem seus predicados e deficiências, o que é absolutamente normal, já que ninguém, pelo menos no planeta Terra, atingiu o nível da perfeição.

Dito isso, características positivas de Bayley como timbre de voz único, técnica em dia e criatividade permearam sua carreira ao longo dos anos e, evidentemente, sua passagem pelo Iron fora cercada por tais atributos, sendo assim, estão presentes em Virtual XI.

3. The Clansman é uma das canções mais bacanas do Maiden

Com traços medievais e um quê de hino pré-guerra, a música, que é assentada na história do fantástico longa Coração Valente (1995), é uma ode à história do guerreiro William Wallace, que buscava a libertação da Escócia do domínio inglês. Uma aula de história regada a bons solos e refrão grandioso.

4. Pitada latina

Composta por Janick Gers e Blaze Bayley, Como Estais Amigos concorre ao posto de música mais odiada do Iron. Mas a canção é tão medonha assim? Claro que não, mas corre por fora da jurisdição “Maideana”, apresenta arranjos mais simplórios, solo econômico e refrão conciso, além disso, conta a singularidade de flertar com a língua espanhola. Para uma banda essencialmente britânica abrir brecha para tal aventura é algo digno de louvor.

5. Liberdade total

Em respeito a sua trajetória, legado musical e público, a Donzela de Ferro sempre seguiu parâmetros bem estabelecidos durante sua carreira. O que é perfeitamente normal e está dentro das regras do jogo da indústria fonográfica. Contudo, atuar fora das linhas musicais pré-estabelecidas é um desafio tentador e mostra uma liberdade artística excitante e corajosa. Sons como The Angel and the Gambler e Don’t Look to the Eyes of a Stranger só seriam concebidos pelos alicerces da liberdade total.

6. Seleção Maiden

Fã incondicional de futebol, o Big Boss não deixaria passar batido a marca quase cabalística do décimo primeiro álbum de estúdio. Para brincar com o tema, Harris convidou jogadores ingleses e escoceses para darem o ar da graça na seleção Maiden. Nomes como Marc Overmars (Arsenal), Paul Gascoigne (Glasgow Rangers) e Stuart Pearce (Newcastle United) abrilhantaram o time da Donzela de Ferro, que conta com o figuraça Nicko McBrain no gol.

7. Não à pasteurização musical

Na década de 1990, o mercado musical mudou drasticamente e novas tendências tomaram assento cativo na mesa, e mais, com voz ativa. Grunge e o som alternativo são dois exemplos fundamentais dessa questão. Goste ou não, concorde ou não, o indústria é movida, deliberadamente, por engravatados de gel no cabelo, então decisões artísticas, em muitas vezes, são tomadas por esses engomadinhos, o que, invariavelmente, gera uma pasteurização da cena.

O Iron Maiden não cedeu à pressão! Steve & Cia simplesmente fizeram o trabalho musical que almejavam e bancaram tal decisão com muita coragem e bravura. Em um mercado onde Limp Bizkits e Oasis da vida reinavam, se deparar com Virtual XI era um oásis no deserto.

12 comentários em “Iron Maiden: 7 motivos para deixar de birra e curtir o Virtual XI”

  1. Concordo. Talvez só tenha um pouco de discordância sobre o Blaze ser um ótimo vocalista. Ele é bom, tem um timbre interessante, mas a gente não pode esquecer dele assassinando as músicas da época do Bruce ao vivo, e isso conta também na “avaliação”, não apenas o trabalho de estúdio, que é em ambiente controlado, com erros sendo corrigidos a vontade. Sinceramente, prefiro a voz do Blaze, do que o Bruce esganiçado do No Prayer e do Fear of the Dark. Por falar em Bruce, diferente de 99% das pessoas, eu acho o Accident of Birth e Chemical Wedding dois discos muito chatos, com apenas uma ou outra canção me agradando. Enfim, prefiro ouvir o Virtual Eleven, do que a trinca Final Frontier/Book of Souls/Senjutsu.

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    • Brow, o fato dele não conseguir cantar as músicas da era Dickinson não torna um vocalista ruim, até pq muitagente não consegue essa façanha.
      Tb não acho o Bailey um excelente vocalista, mas acredito que essa não seja a melhor forma de mensurar isso.

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  2. OS DOIS ÁLBUNS DA ERA BLAZE BAYLEY PRA MIM SÃO ÓTIMOS!! É QUE ESSA GERAÇÃO DE HOJE EM DIA GOSTA MUITO DE MIMIMI!! SÃO TODOS SEM NOÇÃO!!!

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  3. Parabéns pela coragem, Marcelo.

    Me canso de ler opiniões negativas desse álbum. Creio que o conjunto dessa obra funcione muito bem. Concordo que, com exceção de “The Clansman”, faltam faixas de peso no disco. Mas, se você “aperta o play” do início e deixa tocando, é um álbum muito bom de se ouvir.

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  4. Gosto muito dos trabalhos do Iron com os vocalistas Paul Diano, o primeiro da formação e com o Blaze. O Blaze pegou um tremendo abacaxi para descascar quando aceitou o emprego. Acho que faltou tempo e instrução a ele na época quanto a performance ao vivo, ainda mais se tratando de interpretar músicas da era anterior a ele. Ele realmente não iria dar conta ao vivo, mas se tivesse tido o que falei, talvez teria sido menos desastroso. Tinha muito hater na época, as viúvas do Bruce pelo mundo a fora pegaram muito no pé também e claramente ele é a banda não foram preparados para isso.

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  5. Uma música muito boa da era Blaze é Sign of The Cross.
    Mas cantada pelo Bruce depois ficou perfeita, pois infelizmente o Blaze quase não dava conta dos agudos no refrão.

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  6. Conheci o Blaze pessoalmente, um cara sensacional!!!
    Meus álbuns mais escutados do Iron na minha infância foi os dois que o Blaze participou, simplesmente sensacional.
    Independente de quem foi o vocal do Iron Maiden, sempre é bom respeitar.
    Pois a banda fez e vai fazer história até o fim…
    Melhor banda do mundo!!!

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  7. Cara, falar mal de quem não gostou dos álbuns do Iron com o Blaze é o inverso extremista daqueles que falam mal dos álbuns. Não se pode culpar quem não gostou, até porque o Maiden teve que se descaracterizar muito para se adequar ao novo vocal e muitos fãs não se adaptaram a isso, assim como eu. Muitos gostavam do estilo anterior e não gostaram do adaptado ao Blaze, é uma situação normal e não quer dizer que seja pessoal com o Blaze. Vejam bem, na minha opinião o Blaze é um ótimo vocalista, mas não era vocalista para o Maiden, acho que o Steve Harris errou muito nessa escolha. Michael Kinsk seria muito mais adequado naquela época (só um exemplo). Os Álbuns não são ruins, mas não são o Maiden e isso pega muito para os fãs mais apaixonados. De qualquer forma foi uma tentativa, porque substituir o Bruce naquela época era uma tarefa quase impossível, até porque todos os álbuns do Maiden anteriores foram muito bons, alguns deles dignos de estarem eternamente na história do Rock. Agora, sujeito aí falar que o Chemical Wedding é um álbum ruim demonstra que não entende muito da coisa.

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  8. Sinceramente, esse álbum é fraquissimo. Nunca gostei dos vocais do Blaze; não pelo fato de ser comparado ao Bruce, mesmo se Bruce nunca tivesse sido vocalista do Maiden. O vocal do Blaze é ruim, inconsistente. Tem um timbre de voz incipiente. Há fãs do Maiden que apreciam os vocais do Blaze. O tempo passou, continuará passando, mas nunca gostarei dele como vocalista, tanto no Maiden, quanto em carreira solo ou em outra banda.

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  9. Tb gosto muito deste álbum e gostei da apreciação. É o registo da banda mais odiado pelos fãs, mas para mim, coloco-o entre os melhores do sexteto. Adoro as 4 primeiras músicas, acho-as obras-primas. Podem dizer que o álbum tem refrões repetitivos, é verdade, mas entram no ouvido e que dizer dos solos maravilhosos do Dave Murray no “The Angel and the Gambler” e no “The Clansman”? Acho que o Blaze foi muito injustiçado, o pecado dele foi cantar os temas do Bruce ao vivo, mas deixou-nos 2 excelentes álbuns, sendo o “Virtual XI” uma obra prima.

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  10. Gosto desse album!!!! A verdade é que se fosse Bruce no vocal…haveria muita gente tava aí elogiando esse disco!!!! Tenho boas lembranças dessa época, valeu!!!!

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