As marcas e modelos são muitos, belíssimos e apaixonantes, com os mais diversos matizes e combinações de cores. Não estamos falando de carros esportivos, não! O assunto é dedicado as maravilhosas guitarras: seja a robusta Gibson, a classuda Fender, a sofisticada Paul Reed Smith (PRS), as velozes Ibanez e Charvel, a invocada Jackson ou a intensa ESP, as guitarras exercem um poder hipnótico em seu cativo público.
É importante ressaltar que só citamos as marcas mais famosas e conhecidas no mercado. Há outras tantas empresas que fazem um trabalho incrível e nos possibilitam, com um instrumento de primeira qualidade, dar aquela infernizada nos vizinhos, com aquele imponente acorde de Mi menor.
A proposta é darmos uma esmiuçada na célebre e pomposa Gibson Les Paul Bullseye, instrumento eternizado pelo guitarrista Zakk Wylde (Ozzy Osbourne, Black Label Society). Para quem está na seara do heavy metal, a Bullseye é a artilharia perfeita para riffs e bases encorpados e solos fritadores.
Aspecto técnico: Essa guitarra é simplesmente uma máquina de guerra. Para começar, o corpo é feito em mogno, o que garante um som corpulento capaz de rachar as estruturas da sua casa ou apartamento. O hardware conta com um acabamento em ouro, a ponte é fixa e as tarraxas são grover. O comprimento da escala está disposto em 24.75”, o que possibilita menos tensão nas cordas e facilita, por exemplo, os bends de um tom e meio e dois tons.
Os captadores são EMG85 no braço e EMG81 na ponte – ambos são ativos, o que permite uma saída maior das frequências. O primeiro favorece o ganho, com um som mais cheio, ou seja, repleto de personalidade e bem pesado. Já o segundo captador tende a oferecer o equilíbrio entre o primeiro, com uma sonoridade mais suave e cremosa.
O ponto a destacar em EMG81 é o ganho em se trabalhar com volumes elevados de overdrive e distorção, simplesmente como um motor V8 de um Mustang esperando para ser esgotado numa pista de corrida.
Indicação: Para músicos que praticam rock n’ roll, blues e heavy metal, esse instrumento cai como uma luva, possibilitando grande desenvoltura e adequação ao timbre desses estilos. Músicos de jazz, pop e country podem não se adaptar a essa artilharia de guerra.
Destaque: Les Paul Bullseye ganhou grande notoriedade nas mãos do grande guitarrista norte-americano Zakk Wylde, no final da década de 1980, quando passou a integrar a banda de Ozzy Osbourne e deu vida ao clássico No Rest for the Wicked (1988).
A missão de Wylde não era fácil, além de dar vida ao quinto álbum de estúdio do Madman, o músico, que tinha apenas 19 anos, teria que fazer frente às lendas Randy Rhoads e Jake E. Lee e impor sua personalidade na música do Príncipe das Trevas.
A prova dos nove aconteceu aos olhos do público no dia 22 de agosto de 1988, com o lançamento de No Rest for the Wicked. O disco alcançou a marca de 2 milhões de cópias vendidas nos Estados Unidos, sendo certificado como platina dupla. Além disso, o trabalho registrou a posição de número 13 no Top 200 da Billboard. Tais conquistas foram possíveis pela genialidade de Zakk e, claro, por estar “armado” com um grande instrumento.
Sonoridade: Em No Rest for the Wicked, a Bullseye mostra o quão de pimenta e fogo pode colocar em um álbum. Com diferentes configurações de amplificadores e pedais, as possibilidades se tornam praticamente infinitas. Caso queira um timbre à la puro sangue, é só espetar a guitarra num Marshall JCM 800 e contemplar a mágica acontecer. Sem dúvida, a Gibson Les Paul Bullseye é um instrumento de excelência capaz de elevar a milésima potência a grandeza de seu som.
Esqueceu de falar do aspecto mais foda desse instrumento, que é a grossura do corpo em mogno e o braço de maple com escala em ébano. Essa combinação especial esteve presente em alguns modelos de Les Pauls dos anos 70 que hoje são relíquias equivalentes às dos anos 50 pela sonoridade única.