Ozzy Osbourne mordeu a cabeça de um morcego vivo há 41 anos

Quando Ozzy Osbourne morrer, esperançosamente daqui a várias décadas, seu obituário falará de muitos momentos. Ele se concentrará no papel fundamental que desempenhou na criação do heavy metal como integrante do Black Sabbath, a música brilhante que fez com o guitarrista Randy Rhoads no início dos anos 1980, as batalhas contra o abuso de substâncias ilícitas e como seu programa da MTV Os Osbournes (2002) ajudou a lançar uma nova era de reality shows.

Inevitavelmente, o obituário também mencionará um incidente de 20 de janeiro de 1982 no Des Moines Veterans Memorial Auditorium, nos Estados Unidos, onde Osbourne arrancou a cabeça de um morcego vivo durante um show. O infeliz episódio, que ocorreu há 41 anos, durou apenas alguns segundos, mas gerou notícias em todo o mundo e deu à direita religiosa um novo e poderoso ponto de discussão sempre que protestavam contra a música heavy metal.

Osbourne estava na estrada há mais de um ano quando chegou a Des Moines (EUA) para o infame show. Durante esse tempo, desenvolveu um ritual em que jogava carne crua na plateia e eles jogavam de volta qualquer coisa insana que pudessem trazer para os locais das performances. Como explicou o cantor no documentário The Nine Lives of Ozzy Osbourne (2020):

“Sempre gostei de filmes antigos que costumavam ter essas brigas de torta de creme. Isso me deu a ideia de jogar, em vez de torta, pedaços de carne e partes de animais na plateia. Achei hilário. [Eles jogavam de volta] testículos de ovelha, cobras vivas, ratos mortos, todo tipo de coisa. Alguém uma vez jogou um sapo vivo no palco. Era o maior sapo que eu já tinha visto e caiu de costas”.

Naquela noite em Des Moines, alguém jogou um morcego vivo. “Pensei que fosse um morcego de borracha,” disse Osbourne. “Peguei, coloquei na boca, mastiguei, mordi, sendo o palhaço que sou.” Enquanto o sangue enchia sua boca e as pessoas na multidão olhavam com horror, percebeu que havia cometido um erro horrível. “Morcegos são os maiores portadores de raiva no mundo. Precisei ir ao hospital depois e começaram a me dar injeções contra raiva. Ganhei uma em cada traseiro e tinha que tomar uma todas as noites.”

O arremessador de morcegos de Des Moines nunca se apresentou publicamente, mas o responsável deu a Osbourne mais atenção da imprensa do que ele recebeu na vida. “Chegou ao ponto em que as pessoas esperavam que eu fizesse coisas cada vez mais loucas,” disse ele. “Vou dizer uma coisa a vocês – não é divertido quando você toma vacinas contra raiva.”

O que sucedeu o evento foi Osbourne urinando no Alamo algumas semanas depois, quando a turnê foi para San Antonio, Texas (EUA). Foi preso por isso e proibido de se apresentar na cidade pela próxima década. E apenas algumas semanas depois disso, Randy Rhoads morreu em um acidente de avião após um show no Knoxville Civic Coliseum, colocando toda a loucura em uma perspectiva horrível.

O incidente do morcego surgiu em quase todas as entrevistas de Osbourne ao longo dos anos 1980, e ele acabou se cansando de se explicar repetidamente. Mas aprendeu a abraçar seu estranho papel na história do rock, vendendo brinquedos de pelúcia de morcegos decapitados e lançou 9.666 NFTs este mês. “CryptoBatz é um projeto maluco para colecionadores e fãs da NFT,” disse em comunicado. “O design homenageia um dos meus momentos mais icônicos no palco e é uma chance de adquirir uma peça rara da história da arte. Eu amo isso!”

Mas há exatos 41 anos, não gostava de nada relacionado ao incidente do morcego. Estava cuspindo sangue quente do animal e se preparando para uma série agonizante de vacinas contra raiva.

Por Andy Greene | Rolling Stone EUA. Tradução: Marina Sakai
Fonte: Rolling Stone Brasil

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